A pandemia do coronavírus (Covi-19) provocou efeitos históricos em diversos setores da sociedade, inclusive no comércio. Mesmo com a clara recomendação de especialistas sobre o isolamento social ser a melhor maneira neste momento de se combater o vírus, empresários continuam fazendo pressão no Executivo para que a paralisação seja mais branda e não afete seus negócios.
Na última quarta-feira, o prefeito de Mogi das Cruzes Marcus Melo (PSDB) informou que vem sofrendo pressão do setor empresarial e que ao menos três empresários do município já se manifestaram contrários às medidas de isolamento. "Não vou entrar nesta bola dividida. Empresários de um lado, especialistas de outro. Aqui em Mogi, vamos proteger todos que precisam. A quarentena está mantida", reafirmou.
Além das marcas mogianas, donos de redes nacionais com unidades em Mogi das Cruzes e no Alto Tietê, como Madero, Giraffas e Havan, criticaram as medidas de isolamento adotadas pelos governadores, alegando um "irreparável dano à economia".
JUNIOR DURSKI
- MADERO
Com unidade dentro do Mogi Shopping, o empresário Junior Durski, dono da rede de hamburguerias Madero, se manifestou contrário as medidas de quarentena. Para ele, o Brasil não pode parar por conta de "5 mil pessoas ou 7 mil pessoas que vão morrer". Nas redes sociais, a declaração do empresário soou mal e centenas de pessoas prometeram um boicote à rede de hamburguerias. Durski voltou a se manifestar e alegou ter sido mal interpretado pelos seguidores.
ALEXANDRE GUERRA - GIRAFFAS
"Você que é funcionário, que talvez esteja em casa numa boa, numa tranquilidade, curtindo um pouco esse home office, esse descanso forçado, já se deu conta de que, ao invés de estar com medo de pegar esse vírus, você deveria também estar com medo de perder o emprego? Será que sua empresa tem condições de segurar o seu salário por 60, 90 dias? Você já pensou nisso?". Essas são palavras do sócio da rede Giraffas, Alexandre Guerra. Para ele, o custo da quarentena será alto, visto que neste momento não está sendo tratado as consequências que as medidas remediadoras vão ocasionar para as pessoas. A rede de restaurantes possui duas unidades na região, em Mogi e Itaquá.
Em resposta à reportagem, a rede Giraffas informou que continua com as unidades fechadas eque respeita as medidas adotadas pelas autoridades e instituições. "Por enquanto: Delivery e take off; com cuidados adicionais de segurança", concluiu em nota.
LUCIANO HANG - HAVAN
As duas lojas da Havan no Alto Tietê - na avenida Francisco Ferreira Lopes em Mogi das Cruzes, e no anexo ao Itaquá Garden Shopping - estão fechadas desde a última terça-feira. O empresário Luciano Hang, dono da loja de departamentos com cerca de 22 mil funcionários e 145 lojas, defendeu a redução de salários e a liberação do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), e também se mostrou a favor do adiamento das eleições de 2020. Para ele, "o dano na economia vai ser muito maior do que na pandemia".