No campo social, o tipo de humor defendido pelos comediantes deve ter ressalvas. Para o psicólogo Rodrigo Martins, é preciso entender que existem regras na sociedade para o bom convívio. "Dentre as regras sociais, entende-se que não há situações ditas ilimitadas, ou seja, que não existem ações que não tenham limitadores sociais de que, ao passar de determinado ponto, deixem de ser tolerados".
Sobre algumas pessoas apreciarem esse tipo de sátira, Martins acredita que muitos deixam de considerar o indivíduo alvo da piada como pessoa, para justificar o apreço por esse tipo de humor. "Ao considerar que a piada não é referida a mim como indivíduo, e imagino que o outro não é alguém a ser considerado, deixo de me incomodar. Porém, devemos lembrar da máxima de que 'direito de liberdade de expressão não lhe dá direito à opressão'".
Para Martins, existe uma diferença entre o humor de Dihh e Léo com o do Porta dos Fundos. "Os dois humoristas se valem do sofrimento de indivíduos como forma de entretenimento, já o Porta dos Fundos se vale de dogmas de uma instituição como forma de sátira", explicou. (G.P.)