O que para a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) é a contrapartida justa a Mogi das Cruzes por receber o possível pedágio que está em estudo para ser instalado na rodovia Mogi-Dutra
(SP-88) - para o prefeito Marcus Melo (PSDB) é visto como motivo de preocupação.
As obras planejadas pelo órgão estadual para a cidade, como a instalação de viadutos, pontes e passarelas na malha central do município, foram criticadas ontem pela primeira vez pelo chefe do Executivo desde a apresentação do projeto. "Colocar viadutos naqueles pontos é um problema para a cidade", disse Melo ao grupo de moradores.
O Grupo MogiNews antecipou com exclusividade em outubro passado a série de intervenções que a Artesp vislumbra à cidade, medidas estas criticadas dias depois da exposição do projeto pela Associação de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Mogi das Cruzes (AEAMC), e vistas como inviáveis e incabíveis.
O edital de concessão aponta para a construção de sete travessias, viadutos ou pontes em regiões urbanas de Mogi das Cruzes, como por exemplo, na descida da avenida Japão, onde atualmente está localizado o supermercado Alabarce, sobrepondo a avenida Henrique Peres, que também poderá sofrer outra grande intervenção, já que a Artesp planeja criar uma ligação da avenida com a rua Santa Dionizia, no Jardim Universo.
Obras de tal magnitude também poderão ser observadas em outros trechos da cidade, como no cruzamento entre a avenida Valentina Mello Freire Borenstein com a rua David Bobrow, na qual haverá um dispositivo de interligação entre as vias, com o intuito de fortalecer a Rota do Sol, como almeja o governo do Estado.
A posição contrário do prefeito Marcus Melo a essas intervenções foi divulgada na noite de ontem, quando foi anunciada a continuação das obras por parte da administração municipal nos entornos do condomínio Aruã, como de recapeamento e asfaltamento
.
'Coloca na Paulista'
Além da crítica ao projeto estrutural, o chefe do Executivo esteve em reunião com o vice-governador João Doria (PSDB) e o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM), quando, em tom de brincadeira, se mostrou insatisfeito com o fato do pedágio servir como mecanismo financeiro para obras no litoral sul. "Eu até falei nessas reuniões: já que é para uma cidade pagar por melhorias em outras localidades, que coloquem o pedágio na Avenida Paulista".