Os comerciantes de frutas e hortaliças em Mogi das Cruzes já começaram a sentir os efeitos das chuvas intensas que atingem o município desde a madrugada do último domingo. Muitos já identificaram os prejuízos causados pelas tempestades, principalmente no que diz respeito à escassez de alguns alimentos essenciais entregues pelos fornecedores.
Isso porque a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) estima que o prejuízo em decorrência da inundação após as fortes chuvas que atingiram São Paulo tenha sido de R$ 24 milhões, além da dificuldade de distribuição, já que no Brasil a logística é feita prioritariamente por caminhões.
Os proprietários que atuam no Mercado Municipal de Mogi são exemplos de pessoas que já notaram as dificuldades do setor agrícola. É o caso do proprietário Carlos Antônio dos Santos, de 53 anos. "Com essas chuvas, diversos alimentos não estão mais chegando até a minha loja, mas sabemos que é algo muito comum devido à situação que todo o Estado está enfrentando", lamentou, acrescentando que os fregueses também já notaram a falta de algumas hortaliças mas, apesar disso, eles entendem o problema.
O proprietário Wagner Yoshio Kameoka, 29, disse que seu comércio também já foi afetado. "O que mais está faltando são algumas frutas e legumes, e todos os clientes também já perceberam a mudança. Além disso, alguns produtos já estão chegando aqui com qualidade inferior", finalizou.
De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Renato Abdo, as chuvas de grande intensidade sempre prejudicam o setor agrícola e todas as questões de escassez alimentícias são resultados das tempestades. "Tudo em excesso na agricultura é sempre muito prejudicial e o tempo de recuperação pode levar até três semanas, o que também deve gerar o aumento no preço dos mantimentos", adiantou. Com alta demanda e escassez do produto, prece inevitável a situação não acompanhar a lei do mercado.
Sindicato Rural
O presidente do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes, Gildo Takeo Saito, também comentou sobre o estado da agricultura após as pancadas de chuva que atingiram a cidade. De acordo com ele, a mudança repentina da temperatura é um fator que muito preocupa os cultivadores. "Considerando que o solo está úmido pelas chuvas, a mudança repentina da temperatura, aumentando para cerca de 30ºC, fará com que as raízes das plantações cozinhem e a qualidade fique inferior", disse.
*Texto supervisionado pelo editor.