Ainda com indefinições sobre o lote de rodovias paulistas que dão acesso ao litoral, principalmente no que se refere à pressão popular contra a instalação de uma praça de pedágio no km 45 da rodovia Mogi-Dutra (SP-88), a Agência do Estado de São Paulo (Artesp) avançou na manhã de ontem com o lote de rodovias entre Piracicaba e Panorama, que vem sendo chamado de Pipa e que muito se assemelha ao lote no qual deve ser implantado no Alto Tietê, no que diz respeito a estrutura e cronograma.
Com ágio histórico de 7.209% sobre a outorga mínima, o Consórcio Infraestrutura Brasil apresentou, na B3, bolsa de valores oficial do Brasil, a oferta vencedora de R$ 1,1 bilhão pela concessão do lote de rodovias "Piracicaba-Panorama". A concessão de 30 anos prevê investimentos que somam
R$ 14 bilhões para a infraestrutura rodoviária que atravessa a região de Campinas até o extremo oeste do Estado, na divisa com o Mato Grosso do Sul.
Enquanto o lote de rodovias Pipa avança, o trecho que interessa aos moradores do Alto Tietê segue sem novidades e ainda não há a definição se a praça de pedágio planejada para a rodovia Mogi-Dutra será extinta do lote, como ressaltado pela diretora geral em exercício da Artesp, Renata Peres Dantas, no mês passado, quando, em reunião com a comitiva mogiana, afirmou que o departamento estuda alternativas para viabilizar financeiramente a exclusão do posto de cobrança.
De acordo com a Artesp, as contribuições encaminhadas nas audiências públicas e na consulta pública ainda estão em análise, ou seja, ainda não há a definição sobre os pontos sensíveis do lote de rodovias que dão acesso ao litoral.
Para Renata, o resultado do leilão de ontem mais uma vez demonstra que licitações comprometidas com a transparência e a segurança jurídica dos contratos trazem credibilidade para os projetos paulistas, o que indica que o modelo de concessão é visto como sucesso pela agência, e deve continuar sendo implantado no Estado. (F.A.)