O trânsito caótico, a imprudência de certos motoristas e o desrespeito ao limite de velocidade, vêm sendo os causadores dos altos números de acidentes com vítimas em todo o território nacional, o que não é diferente em Mogi das Cruzes.
No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, a cidade registrou apenas em vias urbanas 562 acidentes que deixaram vítimas, de maior ou menor intensidade, de acordo com o relatório do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga). Dentre essas ocorrências, alguns pontos chamam atenção pela repetição de casos, como por exemplo, a rotatória da avenida Gonçalo Ferreira, já no trecho da Perimetral, na alça de acesso à rua Cabo Diogo Oliver. Apenas nessa intersecção de vias, foram computados sete acidentes, o que a coloca o trecho em posição de destaque negativo no comparativo com outros pontos viários urbanos do município. O frentista José Patrocínio de Moura, 52 anos, confirma que o trecho é bem perigoso e aponta uma possível solução. "Semáforo não iria resolver, pelo contrário, pioraria o trânsito. Uma lombada na descida do viaduto já ajudaria muito, pois as pessoas iriam entrar com a velocidade já reduzida", sugere o frentista.
Outra via que chama atenção pelos dados negativos é a avenida Narciso Yague Guimarães, localizada na região central de Mogi e que comporta a sede da prefeitura e da câmara. Na via, foram 14 acidentes com vítimas no compilado de 2019, o que a coloca na segunda colocação do ranking de avenidas mais perigosas para se dirigir em Mogi, ficando atrás apenas para a avenida Japão que - mais extensa que a avenida Narciso Yague Guimarães - registrou 16 ocorrências desta natureza. "Tem muito acidente aqui mesmo, direto os ônibus vão virar aqui (rua Roberto Andrade Balhester) e acabam comendo duas faixas. A gente que trabalha na rua tem que ter sempre cautela porque está perigoso", destacou o entregador por aplicativo, Régis Soares Lins, 31, que há duas semanas fez da avenida Narciso Yague Guimarães seu ponto de parada entre as corridas.
Também no centro da cidade, o cruzamento da rua Doutor Correa com a Flaviano de Melo, próximo à praça do Carmo, também aparece com frequência nos relatórios do Infosiga, já que desde janeiro foram cinco acidentes nesse trecho. Neste local, há mais de 14 anos a taxista Vilma Mazieiro, 49, estaciona seu veículo e espera seus passageiros. Ela conta que de fato, o cruzamento se tornou perigoso, principalmente pela imprudência dos motoristas. "Os motoristas não sinalizam e vêm em alta velocidade. Já vi, inclusive, atropelamento aqui, acho que um semáforo poderia resolver o problema", pontuou a taxista.
Distritos
Os distritos de Jundiapeba e Braz Cubas também apresentam pontos com acúmulo de acidentes com vítimas, sendo que, no primeiro, os casos de colisão ocorreram com mais intensidade na avenida Lourenço de Souza Franco, principalmente no sentido Suzano, após a rotatória que liga a via com a avenida Anchieta.
Já em Braz Cubas, a avenida Francisco Ferreira Lopes também se configura com grandes índices de acidentes, principalmente na altura da rotatória com a avenida Henrique Péres. Por la foram nove acidentes, inclusive um destes com vítima fatal.
*Texto supervisionado pelo editor.