Moradores de Mogi das Cruzes participaram ontem da última audiência pública sobre a concessão do lote de rodovias do litoral paulista, realizada em São Paulo. Os munícipes que residem na região próxima à possível implantação de uma praça de pedágio, no km 45 da rodovia Mogi-Dutra (SP-88), registraram a sua contrariedade ao novo projeto da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).
Inconformado com a situação, o grupo de moradores pretende realizar hoje uma carreata para protestar contra o projeto do pedágio na Mogi-Dutra. Os munícipes irão se encontrar próximo ao condomínio Aruã e seguirão para a entrada da cidade. Depois, o grupo retornará e seguirá ao km 45, próximo ao comércio Casa do Queijo.
A última audiência sobre o assunto, realizada no prédio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), teve a participação do diretor-geral da Artesp, Giovanni Pengue Filho. O dirigente explicou o projeto que prevê um corredor viário desde a saída da capital até o litoral paulista, criando uma opção rápida para quem deseja acessar as praias. As obras devem começar em outubro de 2020 e o pedágio na Mogi-Dutra seria implantado em 2022.
Contrários ao projeto, os moradores do Aruã, Taboão, Divisa e dos bairros localizados na serra do Itapeti, participaram da audiência para entender a proposta que contempla uma praça de pedágio na Mogi-Dutra.
O presidente da associação do condomínio Aruã, Luiz Carlos Bonora, criticou a possível implantação que, segundo ele, vai prejudicar a vida dos moradores da região que precisam passar pela rodovia todos os dias. "Serão mais de 50 mil pessoas que moram próximo ao local e que devem ser prejudicadas. São moradores do Piatã, Margarida, Aruã, Taboão, dentre outros bairros. Infelizmente, o projeto não contempla uma marginal com acesso à Mogi, então, o prejuízo para os moradores vai ser enorme'', argumentou o munícipe.
Durante a audiência, os participantes puderam dar algumas sugestões sobre o projeto e realizar questionamentos sobre as obras, no entanto, os moradores ficaram insatisfeitos com o projeto e também com as respostas dos diretores da Artesp.
João Carlos Barbatti, presidente do Conselho do Condomínio Aruã, foi uma das pessoas que não concordaram com a proposta. "O projeto é bom, ele propõe melhoria em alguns locais do litoral como um todo, mas não podemos deixar de ficar atentos aos prejuízos que irão acontecer com o pedágio da Mogi-Dutra. O projeto prejudica os moradores dos bairros mais afastados do centro da cidade, teremos de pagar uma tarifa todos os dias para irmos à nossa própria cidade", lamentou.
Sugestões
Com a finalização das audiências, foi aberta a consulta pública, com disponibilização do edital da concessão internacional no site da Artesp, pelo período de 30 dias. Nessa etapa, as pessoas poderão enviar manifestações e sugestões sobre o projeto. O site é o www.artesp.sp.gov.br.
* Texto supervisionado pelo editor.