Com base em dados coletados até o dia 30 de setembro passado, em órgãos da administração direta ou indireta do Estado e dos municípios, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) realizou um novo levantamento sobre a quantidade e valores de obras atrasadas e paralisadas no território paulista e apontou 23 obras paralisadas ou atrasadas nas cinco cidades mais populosas do Alto Tietê (Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Suzano, Ferraz de Vasconcelos e Poá), chamado de G5 da região. Ao todo, as obras fora de prazo de entrega estão avaliadas em R$ 118.498.436, em valores de contrato inicial.
Dentre as cidades que se destacam pela ociosidade de suas obras, Ferraz com oito obras paralisadas, todas de autoria da prefeitura, configura na primeira posição no ranking de municipíos com obras pendentes. A construção de duas novas escolas, a Escola Municipal Pedro Paulo Paulino, e a Escola do FDE juntas somam mais de R$ 5,5 milhões em contratos. Há ainda quatro obras classificadas como equipamentos urbanos, como praças quadras e similares, uma obra da área de habitação e uma de saúde, referente a construção da Unidade Básica de Saúde do Jardim TV.
Em comparação com Suzano, por exemplo, as obras que estão paralisadas em Ferraz possuem valores baixos, avaliados em R$ 19.368.116,37, distante do montante de R$ 93.222.116,80 de contratos de obras realizadas em Suzano.
Para um valor tão expressivo - o mais alto do G5 - há uma explicação. A obra de reforma e ampliação do prédio principal e construção do novo prédio do hospital auxiliar de Suzano, obra de autoria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) - que não cabe ao Executivo Municipal - com contrato inicial avaliado em R$ 31.864.491,48 e que segue atrasada. Ao todo são seis obras na cidade, sendo metade em atraso e metade paralisada.
De autoria da administração municipal a construção do Hospital Regional, que se encontra ainda na primeira fase, está avaliada em R$ 28.187.423,95.
Com contratos mais baratos, Itaquá aparece também com seis obras fora do prazo de entrega, sendo cinco de autoria da prefeitura e uma do Estado. Metade destas obras são da área de Saúde, com a construção de quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS), no Jardim Horto do Ipê, do Jardim Fortuna, Jardim Napoli, Residencial Scaffid, e a reforma da UBS Jd. Paineira. Estas obras paralisadas estão orçadas em R$ 4,9 milhões de reais.
Em Mogi, o TCE apontou duas obras paralisadas do âmbito estadual e de autoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).
Por fim, Poá aparece com apenas uma obra que está paralisada desde outubro de 2012.
As prefeituras citadas foram contatadas no início da noite de ontem e devem se manifestar durante o dia de hoje.