A defesa do ex-servidor público José Luiz Jurioli Filho, suspeito de desviar mais de R$ 1 milhão da folha de pagamento da Prefeitura de Mogi das Cruzes, se movimenta com o intuito de retira-lo da prisão preventiva, decretada e executada na última sexta-feira.
Para tal, o advogado Marcus Antônio Gianeze entrou ontem com um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça (TJ-SP), que já foi digitalizado e despachado para a 16ª Câmara Criminal, onde, a qualquer momento, o juiz responsável pela decisão pode se manifestar sobre o caso.
O advogado ainda não se encontrou com Jurioli Filho, fato programado para acontecer amanhã, mas ressaltou a inocência de seu cliente. "Muito prematuro ainda dizer alguma coisa, o Ministério Público (MP), por meio da prefeitura, encaminhou alguns documentos relativos às contas bancárias e a extratos deduzindo que pertençam ao Jurioli. O processo existe para provar, ou não essa acusação", ressaltou Gianeze, indicando também que deseja ouvir "da boca dele" o que realmente aconteceu para elaborar a defesa técnica do caso.
De acordo com a denúncia da prefeitura, o servidor adulterava dados do sistema de folhas de pagamento para que o banco depositasse na sua conta o valor acima do que seu salário. Depois do pagamento, o acusado alterava novamente os dados encaminhados pelo banco para o formato original, a fim de acobertar a fraude, e encaminhava os números, de forma oficial, à Prefeitura de Mogi.
Transparência
Além da Comissão Especial de Vereadores (CEV) criada na Câmara Municipal para apurar o desvio do dinheiro, parlamentares mogianos, como Rodrigo Valverde (PT) e Caio Cunha (PV), cobram mais transparência nos processos que envolvem o dinheiro público. "Temos vários projetos de nossa autoria neste sentido", disse Cunha.