A íntima relação histórica entre a Igreja da Freguesia da Escada com a fundação de Guararema é nítida. Foi no bairro que os primeiros moradores da Aldeia da Escada, como a cidade era conhecida, se instalaram.
Os índios que habitavam o aldeamento, que até então pertencia a Gaspar Vaz, foram entregues aos padres jesuítas em 1625, para que este os catequizassem. "Com força desses nativos e dos colonizadores os padres concluíram a construção de uma igreja, erguida entre uma colina quase a beira do rio (Paraíba do Sul)", relata o livro "Guararema, suas belezas e histórias". A princípio, por consensos dos representantes da aldeia, a santa padroeira era Nossa Senhora da Conceição, que anos depois seria chamada de Nossa Senhora da Escada, nome que permanece até hoje.
Fato que o desenvolvimento no entorno da igreja não prosperou, tanto que três séculos depois, o centro político - e comercial - da cidade foi transferido para a região de outra capela, a de São Benedito, próximo a linha férrea.
Avançando na história, e mais uma vez encarando disputas religiosas e políticas, chega-se a 1732, quando a capela foi demolida. A vila ficou pouco tempo sem seu espaço de referência religiosa, sendo que em 1734, após mais confrontos e embates, a administração do Arraial da Escada decide por levantar a capela no mesmo local onde estava a antiga construção.
Dois séculos se passam até o último tombamento. A igreja foi demolida novamente em 1941 pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), pois carecia de uma completa restauração.
"Além de seu valor arquitetônico, a capela guarda uma especial relíquia", conta o livro. Trata-se da imagem de Nossa Senhora da Escada, que divide espaço com a de São Longuinho, na qual acredita-se ser a única do Brasil em altar.
No centro da igreja, foi sepultado o frei José de Santa Bárbara Bittencourt, um dos religiosos que comandaram a igreja. (F.A.)
*Texto supervisionado pelo editor.