A preservação de uma cultura é essencial para que os antepassados não caiam no esquecimento. Um exemplo disso é o grupo de etnia indígena Kaimbé, residente em Itaquaquecetuba. O grupo é originário da Bahia, no entanto, há diversos membros que residem atualmente no Alto Tietê. Além de Itaquá, há tribos Kaimbé em Suzano, Ferraz de Vasconcelo.
Há quatro anos morando em Itaquá, o mecânico Alex Ribeiro, de 40 anos, mais conhecido como cacique Uwerá Kaimbé, vive no centro urbano, segue uma profissão, mas nem por isso deixa a cultura de lado. "Hoje nós vivemos na cidade, em qualquer lugar que queremos, somos pessoas comuns que trabalham e escolhemos a cidade para viver. Sou profissional, mas sigo minhas tradições, uso cachimbo, tenho a minha espiritualidade. Não é porque estamos na cidade que isso apagou nossa cultura", afirmou. De acordo com o cacique, há 15 famílias Kaimbé no município.
As festas e rituais entre os Kaimbé são marcadas pela dança do Toré, que une a dança, religião e luta. Aém da dança do Toré, os Kaimbé também praticam a zabumba e a dança do boi do araçá, em período de festividades. "Muitas pessoas não têm conhecimento da nossa cultura e falam coisas que não sabem, por isso pode soar como forma de preconceito. Eu faço palestras e movimentos em escolas e universidades para quebrar esse estereótipo, para que as pessoas saibam nosso contexto na sociedade", explicou o cacique.
Itaquaquecetuba conquistou os Kaimbé por um simples motivo: a natureza. "Toda cidade tem seu lado bom e negativo. Itaquá oferece para nós áreas de natureza, de preservação, e isso nos faz sentir bem. Esse é um ponto positivo, que Itaquá ainda preserva", finalizou.