Em 2004, Thais trabalhava em um consultório odontológico na avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco, a Avenida dos Bancos. Certo dia, combinou de almoçar com sua irmã. Uma enorme fila na porta de uma agência bancária chamou a atenção da jovem, então com 21 anos. "Era o último dia de inscrição para o concurso da Guarda Municipal e eu tinha de fazer", relembrou.
No entanto, seu horário do almoço tinha se esgotado. Além disso, a irmã não poderia ir à agência para fazer a sua inscrição. A jovem, que não queria perder aquela chance, recorreu a um amigo. "Eu tinha conseguido a senha, mas não dava para ficar no banco esperando por causa do meu horário de almoço. Falei com um amigo que trabalhava ali na avenida, no comércio, o Cláudio, para tentar fazer a minha inscrição. Disse a ele o seguinte: se você chegar no banco e tiver mais de cinco pessoas na sua frente, você desiste. Pois ele foi ao banco, passou pela porta giratória e o painel estava chamando a minha senha. Consegui a inscrição", detalhou.
A caraguatatubense, que vive em Mogi desde criança, foi aprovada no concurso e convocada no dia 1º de novembro de 2007, três anos depois. "Eu estava de férias em Caraguá e tive de voltar para preparar os documentos e levar para a guarda". Após o curso, Thais se formou em maio de 2008. "Eu já tinha perdido um concurso para a PM. Passei na prova escrita, mas perdi a data do exame físico. Acredito que não era para ser. No entanto, minha entrada na guarda mostra bem que as coisas acontecem quando têm de ser. Hoje, sou extremamente realizada por estar aqui", detalhou.
Adepta das tatuagens - são 13 no total - Thais, quando alcançou o posto de comandante, resolveu marcar na pele o ano de 2018, em algarismo romano. O número está desenhado sobre o ombro direito e tem um significado especial. "É o ano em que eu assumi o comando da guarda. Está tatuado sobre o osso da clavícula, que é onde fica a nossa patente", explicou.
Além do avô, citado com grande carinho pela oficial durante a entrevista, Thais também fez questão de falar de sua avó, Therezinha Pereira dos Santos, que, segundo ela, tem total participação em sua criação. "Ela (avó) e minha mãe têm um grande orgulho de mim. Eu também tenho uma tatuagem que fiz para minha avó. Fiz questão de marcar sobre o osso da bacia, eu queria sentir uma dor intensa para marcar mesmo. Lá está escrito 'avó' em hebraico", disse sorrindo.