A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Santa Casa de Misericórdia de Suzano foi fechada para o recebimento de novos pacientes na tarde de anteontem pela Vigilância Sanitária da cidade, que apontou algumas adequações a serem feitas na ala.
Com a decisão, a Santa Casa continua com o atendimento aos enfermos já internados, mas novos pacientes que precisarem de tratamento em uma UTI serão remanejados para outras cidades que contam com o serviço.
Os apontamentos indicam a necessidade de realizar algumas manutenções, como higienização do ar-condicionado, troca de parte do mobiliário, além de manutenções hidráulicas.
Segundo a Vigilância Sanitária, a ação é cautelar, com o objetivo de manter e melhorar a qualidade do serviço prestado na unidade. A direção da Santa Casa afirmou já estar providenciando estas adequações para que a situação seja normalizada o mais rápido possível.
A Prefeitura de Suzano informou por nota que, caso haja necessidade de uma vaga em UTI, durante este período, o paciente será estabilizado e encaminhado à unidade hospitalar de referência mais próxima - a exemplo do procedimento já adotado em cidades como Poá que não tem UTI do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Departamento Regional de Saúde da Grande São Paulo (DRS) informou que já orientou a Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross) para que as demandas de vagas de UTI não sejam encaminhadas para a Santa Casa de Suzano, mas sim para unidades de referência próximas à região até que a situação esteja normalizada.
Dívida impagável
A situação da Santa Casa de Suzano é crítica, já que, segundo informou o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD), a unidade acumulou uma "dívida impagável" que estaria avaliada em cerca de R$ 300 milhões. A declaração foi dada no mês passado quando o parlamentar esteve no Alto Tietê para anunciar, dentre outras verbas, um montante de R$ 1 milhão para ajudar de custeio da unidade de saúde suzanense. "Santa Casa não é só dinheiro, é gestão. Algumas unidades acumularam dívidas ao longo de sua história, ora pelo déficit, ora pela má gestão", completou Bertaiolli. "Nem em sonhos conseguimos pagar esta dívida", disse na oportunidade.
Ainda visando oferecer suporte à Santa Casa, a Confederação das Santas Casa e Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de São Paulo (CMB) anunciou no mês passado a suspensão de uma dívida de R$ 22 mil que a Santa Casa de Suzano possuía com a Confederação.
*Texto supervisionado pelo editor.