Depois de muito tempo, o peronismo deixa o poder na Argentina e assume a presidência do país Maurício Macri, de franca oposição ao regime que buscava a perpetuidade no governo e respaldado por metade do eleitorado. Isso tudo acontece num contexto político complexo e conturbado, em que o grande desafio do novo governante é o de obter maioria no legislativo nas eleições do ano que vem, a fim de que possa comandar com fluência.
O que fazer quando se assume o governo de um país que há tempo enfrenta dificuldades e experimenta crises? Consideradas as complexidades incluídas num pacote como este e o que é a dimensão da gestão de uma nação, há que se agir com simplicidade, firmeza e consistência, ou seja, se há mazelas, crises e afins a superar, certamente houve muitos erros nas administrações anteriores, os quais precisam ser rapidamente identificados e extirpados com a máxima agilidade e coerência.
A agilidade é premente, pois um país que experimentou e experimenta tantas agruras não tem um segundo a perder e, quanto antes vier um clima melhor no mercado, uma percepção maior de segurança e consistência, melhor, pois, os bons efeitos da correção de rota também serão percebidos antes, realimentando um novo ciclo caracterizado pela evolução e pelo progresso.
As primeiras decisões do novo governo já indicam um futuro promissor, os efeitos já estão sendo sentidos e muitos investidores externos já demonstram interesse de apostar suas fichas naquele país.
A mera mudança em si já gera uma nova disposição, como acontece num time de futebol que vai mal e troca de técnico: normalmente, a reação dentro do campo é positiva e a nova fase é iniciada com vitória.
As conjunturas políticas de Brasil e Argentina, certamente, são bem distintas, ainda que os protagonistas, em média, sejam semelhantes em seus anseios e interesses, homens que são, mas é certo que uma mexida por aqui também traria mais governabilidade, segurança e um novo ânimo para o mercado.