O Sistema Produtor do Alto Tietê (Spat) registrou o maior volume de água do ano. Em mais um dia de elevação, o volume do sistema hídrico da região voltou a subir e marcou ontem 23,5% da sua capacidade. De acordo com especialista, porém, a situação ainda não está estável.
Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), ontem o nível chegou a marcar 23,5% de sua capacidade e a pluviometria acumulada de dezembro está em 243,2 mm - 26,14% maior do que a média histórica para o mês, de 192,8 mm. Na mesma data do ano passado, o volume armazenado era de 12% no Spat.
De acordo com o engenheiro e sanitarista José Roberto Kachel a crise hídrica no Estado, inclusive na região, serviu de lição tanto para a população quanto para a Sabesp. "Há um tempo atrás a população nunca imaginaria que a água poderia estar acabando e hoje tiramos como lição que é preciso economizar de todas as maneiras possíveis", comenta.
Kachel, ex-funcionário da Sabesp e membro do Comitê de Bacias do Alto Tietê, ainda comenta sobre melhorias que precisam ser feitas no sistema hídrico da região. "Nós não temos segurança hídrica. É preciso melhorar muito ainda".
Com a previsão de poucas chuvas para o Alto tietê no começo de 2016, ou seja, cenário bem diferente desses últimos dias chuvosos, espera-se que nova estiagem seja programada. "É importante continuar mantendo a economia de água", destaca Kachel, que acredita que até março de 2016, o Spat alcance 40% da sua capacidade.
"Esse ano de 2015 choveu acima da média, entretanto, serviu apenas para recuperar o resultado grave da crise hídrica ao longo do ano de 2014, que refletiu em racionamento de água em muitas cidades e aumento dos custos de energia", finaliza Kachel.
O Spat atende hoje cerca de 4,5 milhões de pessoas. No ano de 2015, a Sabesp entregou três obras que aumentaram a captação para o Alto Tietê: Guaratuba, Guaió e a ligação com o Rio Grande, que está transferindo 4 metros³ por segundo.
Para 2016, a Sabesp informa que está mantido o programa de bônus e estão em estudos as obras de captação do rio Itapanhaú e do Alto Juquiá.
*Texto sob supervisão do editor