A programação do Circuito Sesc de Artes continua. O evento, que tem como objetivo propagar a cultura para a população, chega hoje, das 16 horas às 21h30, à Praça João Álvarez, em Itaquaquecetuba. Diversas manifestações artísticas, como música, dança, teatro, circo, cinema, artes visuais e literatura serão apresentadas nessa cidade. Passarão por lá o Coletivo Cafuzos, com as suas intervenções narrativas e rodas de conversas; o DJ MAM e Os Fabullosos, que vão compartilhar música e dança carioca, além de Mania de Samba com canções dos maiores sambistas. Para quem curte cinema, o Cine-Magia exibirá curtas do cineasta francês Georges Méliès.
Uma das principais atrações do dia é o Coletivo Negro com a peça teatral "Movimento Número 1: O Silêncio de Depois...", que aborda a memória após uma violenta desocupação do espaço onde moravam para a construção de uma linha férrea. As histórias encenadas povoam o imaginário do negro brasileiro e da sociedade, e, por meio delas, o grupo levanta questões acerca das consequências da diáspora África-Brasil.
A equipe existe desde 2008 e é formada por Aysha Nascimento, Flávia Rodrigues, Jé Oliveira, Jefferson Matias, Raphael Garcia e Thaís Dias. De acordo com o ator Jé Oliveira, a intenção é representar as questões negras por meio do teatro, pois observaram a falta de uma experiência como essa na sociedade e no teatro paulistano. "A gente não se sentia representado pelas produções que tratavam dessas questões. Por conta disso, sentíamos a necessidade de aprofundar essas discussões", explica.
O coletivo, que se apresenta pela primeira vez no Circuito, expõe a importância de ter um evento como esse na região, inclusive, pela falta de atividades culturais que coloquem em discussão assuntos que muitas vezes são banalizados nas rodas de conversa. "É um projeto importante por descentralizar algumas ações e levar uma programação a cidades que necessitam do contato com a cultura. É importante nós nos organizamos como sociedade civil para lutar por uma sociedade mais igualitária, inclusive, do ponto de vista da representação do imaginário", completa o ator. (Texto sob supervisão de editores)