"A arte é a expressão máxima da nossa sensibilidade", a frase dita por Dirceu Braz deixa claro a sua alma de artista, que se manifestou ainda na infância. Aos nove anos de idade, o mogiano comunicou a sua mãe que seria um ator, que, na época, perdido na ingenuidade de criança, acreditava que era a profissão que o permitiria escrever livros. Mal sabia o curioso garoto que se tornaria artista, que de tão apaixonado faz da música, literatura e pintura uma coisa só.
Os primeiros escritos de Braz eram tímidos e feitos às escondidas. Jamais passava na cabeça do artista publicá-los. "Naquela época, um jovem com três irmãs e um irmão escrevendo poesia era algo esquisito. Então, eu escondia tudo que escrevia. Cheguei até a desenvolver um sistema onde elaborava um símbolo para cada letra. Assim, as minhas irmãs que ficavam procurando os meus poemas pela casa, não conseguiriam ler, só eu sabia o que estava escrito. Hoje se for ler o que escrevia naquele tempo, certamente, não vou conseguir", conta o autor.
Os anos foram se passando e a literatura continuou presente na vida do mogiano, que de tão curioso vivia de arte e de aprender tudo sobre ela. "Cheguei a me interessar pela faculdade de literatura mas fui incentivado por uma amiga que já prestava o curso a não fazer. Percebi que era o certo. Ao meu ver, literatura sempre foi algo muito próprio, muito particular", ressalta. Ainda segundo ele, foi em 2010, quando completou 60 anos de idade e já morando na Alemanha que decidiu publicar seu primeiro livro. Ao todo o autor possui 11 livros publicados e quatro coeditados. "Dos 11 só 'Emoções da Vida' é escrito em português", completa.
Questionado sobre de onde tira as inspirações de suas obras, o autor define a vida, as pessoas e suas viagens a fonte de todas as suas ideias. "Eu tenho livros muito diferentes. Uns são contos, outros contém poesias, alguns são histórias e até filosóficos. Eu tiro inspiração de tudo, das coisas que passei na vida, das pessoas que conheci. Viajo muito e estou sempre lendo e conhecendo gente nova e culturas novas. Às vezes, só precisamos ouvir um desconhecido para conhecer belas histórias e aprendizados", afirma Braz.
Multitalento
Como todo grande artista, estudar e experimentar coisas novas sempre foi o maior prazer de Braz. "A arte sempre esteve presente na minha vida e eu detesto ser bitolado em algo", declara. Naturalmente, depois de suas idas na escola de arte, a pintura também se tornou uma de suas paixões. Hoje, com cerca de 600 quadros assinados ele é quem faz todas as suas capas de livros. "Todas as capas são minhas. Estudava música mas sempre estava na Academia de Belas Artes na Alemanha. Conversava com pintores e artistas plásticos. Discutiamos arte, política e o mundo em si. É importante ter essa diversidade. Se ficar focado só em algo, nos tornamos máquinas. Na minha vida, sempre foi importante unir todas elas. Quando me inspirava em um músico, estudava todas as artes de sua época, estão todas interligadas", diz. (Estagiária sob supervisão de editores)