O grupo mogiano Suburbaque Maracatu completa oito anos de existência no dia 16 de fevereiro. Prestes a comemorar aniversário, eles se preparam para o Carnaval 2016 com o tradicional Suburbloco. O festejo, assim como nos outros anos, será realizado em uma sexta-feira e deve ter início no largo Bom Jesus, seguindo por diversos pontos do centro da cidade.
Fundado na Escola Municipal Coronel de Almeida, pelo programa "Escola da Família", o Suburbaque é um grupo de percussão que busca conhecer, aprimorar-se e reproduzir as batidas de Maracatu, cultura de origem pernambucana com forte influência africana. "Chamamos a nossa turma como um grupo de pesquisa, que estuda as batidas e variações dessa cultura por meio de estudos rítmicos e teóricos", explica Swan Prado.
O primeiro encontro para os ensaios do Carnaval 2016 ocorreu no último sábado e mais quatro ensaios estão marcados até os dias de folia. Tradicionalmente, o grupo sairá às ruas com o seu festejo na sexta-feira. "O grupo conta com cerca de 20 pessoas, mas temos o pessoal que nos acompanha no dia. Durante o trajeto a espera é de 150 a 200 pessoas", conta Swan.
Após o período de Carnaval, assim como no ano passado, o Suburbaque dará início às oficinas, que chegam a durar cinco meses. "Estamos ainda em processo de elaboração. Mas, provavelmente, as oficinas devem começar entre abril e maio", completa ela. As oficinas são gratuitas.
Após as aulas, muitos dos alunos passaram a fazer parte do grupo e estarão no festejo deste ano. Adepto da interação e diversidade, o Suburbaque está aberto para todos que queiram dar continuidade aos seus trabalhos. "Não temos uma idade específica para participar. Dos integrantes do nosso grupo a idade mínima é de 15 anos. Mas os interessados devem ficar atentos ao início das oficinas para conhecer um pouco sobre o Maracatu e a sua cultura", conta Swan.
Resistência à intolerância
Atualmente, o Suburbaque Maracatu ocupa o centro cultural Associação Casarão da Mariquinha, e, desde que o decreto municipal 12.221/2012, que proíbe a realização de manifestações, festejos, desfiles ou qualquer concentração popular durante o Carnaval fora da Avenida Cívica foi aceito, aproveita o bloco anual para protestar contra a proibição e o direito ao Carnaval de rua.
"Os nossos blocos deixaram de ser apenas festejo. Queremos protestar a favor dos nossos direitos e do Carnaval de rua, que tem o intuito de oferecer cultura e lazer. As manifestações, desfiles ou qualquer comemoração que seja, desde que não viole ou prejudique ninguém, que é o que fazemos, é direito de um cidadão. O Carnaval faz parte da cultura brasileira e o Carnaval de rua mais ainda", ressalta Thiago Fernandes Castro, também integrante do grupo desde a sua formação.
Resistência, liberdade e tolerância cultural e social são algumas das lutas e ideais que o Suburbaque carrega consigo. O grupo, que já sofreu ameaças por conta de seu trabalho realizado no Casarão da Mariquinha, luta contra a intolerância e a cultura provinciana."O Maracatu ainda sofre certo preconceito e resistência da sociedade, principalmente, na nossa região, onde poucos conhecem a cultura. Queremos apresentar o Maracatu e mostrar a riqueza do batuque e da cultura nordestina brasileira. As pessoas estão muito intolerantes ao que elas não conhecem ou ao que é diferente do que estão acostumadas a presenciar", afirma Castro.
Mais informações sobre o grupo, seus trabalhos e o Suberbloco podem ser encontrados na página do Facebook pelo nome Suburbaque Maracatu. (Estagiária sob supervisão do editor)