A música tem um poder transformador. Além de ser uma forma de trabalhar a concentração e a disciplina, quando promovida por meio de projetos sociais, resgata jovens e mostra que essa expressão artística pode ser a garantia de uma profissão. A prova disso são iniciativas como as comandadas pelo maestro Lázaro José de Oliveira em Organizações Não Governamentais (ONGs) de Ferraz de Vasconcelos. Além de atender o Centro de Apoio e Transformação e a OIAEU, o profissional se dedica ao Serviço Promocional Nossa Senhora Aparecida. Este último, que engloba os Centros da Juventude (CJ) Angelina, Santo Antônio e Margarida, terá a oportunidade de vivenciar, entre as 8 e as 18 horas de hoje, uma experiência inesquecível: a gravação de um CD.
Realizado em parceria com um estúdio do bairro Itaim Paulista, em São Paulo, a gravação será realizada na Vila Margarida e contará com um repertório composto por músicas clássicas, que serão interpretadas por 90 alunos, de 7 a 16 anos, da ONG. A orquestra será composta por nove flautas transversais, nove escaletas, 12 violoncelos, 32 violinos, dentre outros instrumentos. Segundo o maestro, a oportunidade de gravar um álbum está sendo motivo de ansiedade e estímulo para os músicos. "A gravação é algo que planejamos há dois anos. Os padres holandeses, que são responsáveis pela instituição, pesquisaram o valor, mas ficou um pouco caro. Depois de pronto, a nossa intenção é de vendermos o CD. Ainda não temos uma previsão de quando isto acontecerá", comenta.
À frente de projetos sociais musicais há 25 anos, Oliveira revela que tem a intenção, no futuro, de levar os músicos do Serviço Promocional Nossa Senhora Aparecida novamente para um estúdio. Isso porque está planejando gravar outro CD, que será composto por hinos pátrios, como o Nacional Brasileiro, à Bandeira, à Independência, da Proclamação da República e do Expedicionário. "É uma forma de utilizar o conhecimento dos jovens envolvidos no projeto. Além disso, estamos disponíveis com o formato de pequena orquestra para tocar nas escolas. O grupo mostra que o empenho cresce cada vez mais", revela o maestro, que tem história de mais de 50 anos na área da música.
Engajamento
A presença da música clássica na vida dos jovens é tão forte que, quando não estão nas ONGs, marcam encontros para dar vida a diversas canções. "Estava assistindo TV uma vez e vi uma reportagem em que mostrava um grupo de jovens tocando em uma praça de Santos. Identifiquei um de meus alunos e descobri que muitos jovens, além dos atendidos das ONGs, marcam para tocar juntos. Houve outro fato interessante em que outro aluno tocou um piano que estava em uma praça do Brás, em São Paulo, e várias pessoas se reuniram ao redor dele", finaliza o profissional.