Ela transporta as crianças de escolas municipais, estaduais e particulares de Mogi das Cruzes para o incrível universo da imaginação. Com o auxílio da música, de brinquedos e de artigos lúdicos, encanta os pequenos, sendo capaz de promover em cada um deles o deslumbramento ao conhecer mundos e personagens, que, por vezes, não se distinguem tanto da realidade. Estas características definem o trabalho da contadora de histórias Sueli Canfora, que ocupa, todas as quartas-feiras, às 9h30 e às 15 horas, a Sala Multiuso Wilma Ramos, localizada no primeiro andar do Centro Cultural de Mogi das Cruzes. O espaço fica na praça Monsenhor Roque Pinto de Barros, s/nº, no centro da cidade.
Graduada em Letras pela Faculdade Associadas Ipiranga (FAI), atual Centro Universitário Assunção (Unifai), de São Paulo, Sueli, que, na época, morava no Ipiranga, iniciou a sua história na área de contação de história após passar por problemas de saúde, quando lecionava na rede estadual. Para se manter próxima dos alunos, que eram ouvintes de histórias clássicas e não clássicos da literatura, passou a se envolver com os eventos da escola que trabalhava, organizando festas e formaturas. Durante esse processo, desenvolveu um projeto com os estudantes, em que palestrava, na biblioteca da instituição de ensino.
Com 27 anos de carreira na área educacional, a profissional lecionou nos bairros de Guaianazes, e nas cidades de Poá e Mogi das Cruzes, município em que mora desde 1987 e onde começou a escrever a sua história na área da contação. "Tinha uma rotina atribulada quando morava no Ipiranga e lecionava em Guaianazes. Ainda passei um período dando aula no bairro, mesmo não morando mais em São Paulo. Depois pedi remoção e comecei a dar aula em Poá e em Mogi. Ter me mudado para cá foi uma decisão certa, porque o meu marido e a minha família trabalham na cidade e têm carreira aqui", conta.
Paixão
O amor pela contação de histórias sempre acompanhou a trajetória de Sueli, que teve a certeza de que deveria se dedicar à modalidade depois de participar, durante três meses, de uma oficina na Biblioteca Municipal de Mogi das Cruzes. "Eu lia para os alunos, mas achava que não tinha graciosidade. Lembro-me que teve uma oficina de contação na Biblioteca Municipal e, em uma das atividades, o professor contou uma história, dividiu os participantes em grupos e pediu a um integrante dessas equipes par recontar o que ele tinha dito, enquanto os outros representariam. Naquele momento, eu me descobri contadora de histórias. Eu me senti à vontade com a situação", revela.