A companhia carioca Teatro Manual encerra hoje, 19 de julho, no Teatro Leopoldo Fróes, com entrada gratuita, a temporada de apresentações em São Paulo do espetáculo "Hominus Brasilis". A montagem - indicada na categoria Melhor Direção no Prêmio Shell 2014 e na Categoria Especial do Prêmio Cesgranrio 2014 - traz uma proposta cênica inédita no Brasil: a linguagem da plataforma, em que os atores atuam o tempo todo num espaço de apenas 2 metros quadrados. A curta temporada faz parte do Circuito São Paulo de Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura.
Na plataforma, montada no centro do palco, os atores Dio Cavalcanti, Helena Marques, Matheus Lima e Patrícia Ubeda, que também assinam a dramaturgia, concepção e direção, utilizam corpo e sonoplastia vocal, ao vivo, quase sem a utilização de recursos cênicos, para contar episódios marcantes da história do homem no mundo, com base numa pesquisa detalhada sobre a trajetória da humanidade.
Entre os temas abordados no enredo, a montagem pincela grandes momentos da humanidade, desde o Big Bang até o Brasil de hoje, convidando o espectador a se emocionar com o surgimento do universo, o nascimento da vida, a extinção dos dinossauros, o surgimento das grandes civilizações, a expansão marítima da Europa, as grandes guerras, o desenvolvimento tecnológico através dos séculos e, principalmente, eventos que marcaram a história brasileira, como a chegada dos portugueses, a abolição da escravidão, o desenvolvimento urbano brasileiro e os tempos de ditadura militar.
Plataforma
A linguagem cênica utilizada pela Companhia Teatro Manual é inédita e pioneira na cena teatral brasileira no Brasil: todas as cenas acontecem sobre uma plataforma de 2 metros quadrados (2m x 1m), sem cenário ou adereços. Em cena, o público assiste somente a quatro atores que, apenas utilizando com seus corpos, apresentam um olhar irreverente sobre a nossa vida no planeta, permitindo que o espectador identifique facilmente as figuras e momentos marcantes da história da humanidade.
A técnica que dá base ao espetáculo é parte de uma pesquisa sobre o espaço cênico e suas possibilidades, em um processo que busca entender como utilizar uma área mínima para encenar histórias grandiosas. "O espaço de cena reduzido aumenta a potencialidade poética e a força teatral, concentrando as imagens e guiando o olhar do espectador", explica o grupo.