A corrida de rua já virou moda e vem sendo uma ótima opção para incluir uma atividade física no dia a dia. Hoje em dia não é difícil formar um grupo de corredores para que a prática esportiva não se torne tão individual. Mas antes da massificação da modalidade, já havia corredores solitários. Aqueles que costumávamos ver pelas ruas há 20 anos atrás e muitas pessoas não entendiam o prazer que o indivíduo tinha em sair de casa para fazer uma corrida. Um desses velhos corredores é o mogiano Carlos Roberto, o Marrom, também conhecido como o "corredor desconhecido da montanha". Você já deve ter visto essa figura se exercitando pelas ruas da cidade. Morador do Jardim Bela Vista, em César de Souza, ele gosta desse misterioso apelido e já tem o hábito de queimar calorias correndo há mais de 30 anos. Ele costuma variar os percursos, mas onde mais gosta de se exercitar são pelas montanhas de Mogi das Cruzes. Seu treinamento é quase diário. "Treino sozinho porque para fazer o que eu faço é preciso muito fôlego", diz Marrom. "Em dias da semana faço 13 km por dia. Às vezes corro pela ciclovia do Rodeio e vou até o Jardim Aracy e volto", explica. "Nos finais de semana eu corro em trilhas no meio do mato, que são meus percusos favoritos. Também corro pela estrada do Lambari, (próximo ao antigo Tiro de Guerra) e no morro no Bela Vista, com percurso montanhoso", diz Marrom, que tem como principal ídolo o queniano Paul Tergat, corredor de longa distância envolvido em ações contra a fome na África.
Marrom já é tão conhecido pela cidade que, apesar de não ter patrocínio, recebe apoio do MC Donald´s e da empresa Padrão Segurança, onde trabalha. "Como eu pratico a modalidade frequentemente tenho que investir no meu tênis de corrida. E como é um item um pouco caro para mim, eles me ajudam sempre que eu preciso".
Marrom já teve o hábito de disputar competições, mas agora ele deixou este tipo de desafio de lado e uma das principais "medalhas" para ele é servir como incentivo às outras pessoas. "O que eu mais gosto é de incentivar as pessoas a cuidar da saúde. Eu sirvo de incentivo para adultos e principalmente aos jovens. Melhor ter o vício em corrida do que em drogas", disse o corredor desconhecido da montanha, que apesar de levar algumas broncas da esposa de vez em quando por conta de seu vício esportivo, não consegue abandonar a modalidade. "O amor pelo esporte não me deixa parar de correr. Já tive algumas contusões nos joelhos, mas se eu parar de correr, aí que fico com dor em tudo. Minha mulher também pega no meu pé, mas não tem jeito", conta Marrom.