A falha no clássico contra o Palmeiras, no último domingo, fez Rogério Ceni pedir para dar entrevista coletiva no São Paulo ontem. O goleiro estava abatido pelo erro diante do meia Robinho e ao mesmo tempo em que tentava se explicar sobre o dia anterior, buscou projetar os últimos passos da carreira, prevista para encerrar em dezembro.
Aos 42 anos e com no máximo mais 15 jogos para entrar em campo, o goleiro do São Paulo tem ao menos duas certezas. A conquista da Copa do Brasil é a última esperança para se aposentar com título e a possibilidade de se tornar técnico da equipe no futuro não lhe agrada. "Para os demais jogadores, que são jovens, eles terão outra chance de título. Para mim, é a última. É um grande objetivo fechar o ano com uma conquista", disse o goleiro. Nesta quarta-feira a equipe encara o Vasco, no Rio, pelas quartas de final.
As entrevistas de Rogério Ceni são raras no CT da Barra Funda. Em 2015, o capitão falou em abril, na última quinta-feira e excepcionalmente nesta segunda, quando pediu para ser o entrevistado do dia e abriu a conversa com os jornalistas com nova admissão de culpa sobre o empate com o Palmeiras, no Morumbi. "Todos ficam chateados e eu em especial. Sou são-paulino acima de tudo. Os torcedores saíram chateados, os jogadores também e mais do que todos eles, eu saio muito triste do jogo", explicou.
O São Paulo ganhava por 1 a 0 até os 47 minutos do segundo tempo, quando o goleiro errou uma reposição. Em vez de um chute longo, tentou um toque para a lateral. Alecsandro conseguiu amortecer a velocidade da bola e Robinho completou para o gol vazio, por cobertura.
Rogério Ceni disse que a entrevista era a oportunidade de se explicar melhor sobre o lance, mas não deixou de responder sobre o tema mais espinhoso do clube nos últimos dias. A situação do técnico colombiano Juan Carlos Osorio, que tem sondagem da seleção do México e reclamou de decisões da diretoria, fez o capitão mudar de opinião sobre virar treinador do São Paulo no futuro. A instabilidade do futebol brasileiro incomoda o capitão "Temos a identificação com o clube, que é algo para se manter intacto. É melhor pensar no futuro", comentou.