A maioria das pessoas, ao optarem pela realização de uma cirurgia na face, obviamente ficam ansiosas para saberem os resultados finais, e claro, esperam sempre o melhor. Porém, é preciso tomar cuidado com essa expectativa, pois mesmo que seja para melhor, algumas mudanças são significativas e alguns indivíduos podem passar por um período de falta de identidade. Felizmente em todos os casos o resultado e positivo, mas durante esse processo um acompanhamento de perto deve ser realizado.
“A cirurgia ortognática, por exemplo, é uma cirurgia estética e funcional, pois além de promover o equilíbrio facial, busca uma reabilitação do paciente, tanto na função mastigatória, fonatória, respiratório e da ATM”, explica o cirurgião buco maxilo facial doutor Alessandro Silva.
Tanto o cirurgião dentista, que será o responsável pelo procedimento, como um psicólogo, tem o dever de alertar o paciente sobre todo o andamento do tratamento.
“Além do resultado, precisamos levar em conta todo o processo pré operatório, pois muitas vezes, se preparar para uma cirurgia como essa, torna-se algo um pouco desgastante, e nós, que somos os especialistas, precisamos andar lado a lado nesse processo para incentivá-los”, diz a psicóloga Nivalda de Jesus.
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A cirurgia ortognática é indicada apenas para diversos problemas específicos, segue alguns dos problemas mais comuns:
Prognatismo – mandíbula grande e/ou maxila pequena;
Retrognatismo – mandíbula pequena;
Assimetrias – maxilares tortos;
Atresia de maxila – mordida cruzada posterior; maxila estreita;
Disfunção da ATM;
Ronco e Apnéia Obstrutiva do Sono
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Além do ato cirúrgico, a ortognática tem um longo período de preparação, realizada em trabalho conjunto entre o cirurgião, o ortodontista, fonoaudiólogo, psicólogo e até nutricionista. “De acordo com o problema de cada paciente, existe uma preparação de 12 a 18 meses, que inclui o tratamento com aparelho ortodôntico, fonoterapia e psicoterapia. Em seguida, é realizada a cirurgia, e, ainda, tem o período de finalização em que é feito mais um tratamento ortodôntico por mais 8 a 12 meses, também dependendo de cada caso”, relata o doutor Alessandro Silva.
É importante ressaltar também outra “dificuldade” do pós operatório, onde o dentista indica o consumo alimentos líquidos-pastosos durante 10 dias, pois ele está impossibilitado de mastigar, já que a cirurgia mexe totalmente nos maxilares, e, é nessa fase que entra a ajuda de uma nutricionista, que deve criar um cardápio de consumo líquido-pastoso, porém, composto por todos ingredientes e substancias necessárias para a adequada e breve recuperação dos pacientes.
O preparo desse tipo de tratamento é dividido em 3 fases, e, em cada uma delas, o acompanhamento de profissionais é muito importante. Na primeira etapa, que é o preparo cirúrgico, é preciso preparar a “paciência” do indivíduo e esclarecer todos os passos que serão feitos nesses meses.
A segunda fase é a própria cirurgia, e, a terceira e última é o pós operatório e a finalização ortodôntica. “Nessa etapa também é importante que o acompanhamento psicológico seja bem focado, pois até o paciente conseguir enxergar o resultado final e ficar satisfeito com o mesmo, leva um certo tempo”, conta a psicóloga.
Segundo o dentista, “isso acontece, porque o rosto permanece por algumas semanas bem inchado, o que acaba dificultando a visibilidade do resultado, principalmente quanto o paciente espera algo que criou uma expectativa imediata, causando certa frustração dos indivíduos mais ansiosos”.
Felizmente, depois do período recomendado pelos especialistas, o paciente finalmente consegue ver o resultado positivo e os feedbacks são 100% satisfatórios, como no caso do Felipe Ortega, hoje com 24 anos.
“A auto estima e a qualidade de vida melhoram mil por cento! Vale a pena esperar cada dia! Muitas vezes dá vontade de desistir, porque são muitas etapas até chegar no resultado final. Mas quando chega a hora certa e você vê o resultado, a sensação é indescritível. Faria tudo outra vez. Me olho no espelho e pareço outra pessoa, muito melhor, claro! A mudança estética é maravilhosa, mas a minha saúde mudou da água para o vinho, consigo falar com clareza, respiro muito bem e até consigo comer melhor”, relata o paciente, que tinha 19 anos quando fez a cirurgia devido a um problema errado de mordida.
Por isso é tão importante termos todos esses profissionais durante todo esse processo, para que não aconteça a vontade do paciente em desistir pela “falta de paciência”, porque além de tratar de uma questão estética, trata de um problema de saúde, e, o paciente precisa ter em mente que precisa passar por tudo isso para ter um futuro melhor!