Regras sobre consumo de bebidas alcoólicas, incentivos ao turismo, pavimentação de vias com asfalto reciclado, investimentos em saneamento, criação de hortas escolares, disponibilização de creches noturnas, inclusão de povos indígenas, entre outras ideias, foram algumas das sugestões apresentadas pelos 23 vereadores do ensino Fundamental II na manhã desta sexta-feira, 17.
A presidente da Comissão Permanente de Educação, Malu Fernandes (PL), abriu os trabalhos da solenidade, com a participação de Inês Paz (PSOL) e Priscila Yamagami (PP) — também integrantes do mesmo colegiado — , além do presidente da Câmara, José Francimário Vieira (PL), o Farofa, e dos vereadores Bi Gêmeos (PSD), Edson Santos (PSD) e Rodrigo Romão (PcdoB).
Farofa deixou mensagem de incentivo aos jovens. “Fico feliz de receber vocês aqui. Neste ano, o Legislativo recebeu o maior número de inscrições da história do programa. No ano que vem, vamos inaugurar a Escola do Legislativo, e o Parlamento Estudantil será diferenciado, com muitas novidades para vocês. A política só muda através dos jovens. A vereadora Malu, por exemplo, já participou desse programa e, no ano passado, foi eleita a vereadora mais bem votada de Mogi das Cruzes. Além disso, há projetos apresentados no Parlamento Estudantil que são absorvidos pelos vereadores oficiais e aprovados de verdade”, comentou.
Conforme eleição feita entre os próprios participantes, a mesa diretiva do Parlamento Estudantil 20025/Ensino Fundamental II ficou com a seguinte composição:
· Presidente: Pedro de Oliveira Neto;
· Vice-presidente: Alice Prestes Morais;
· Primeira secretária: Marcela Camargo Franco;
· Segunda secretária: Alice Emanuele Lima da Silva.
Alice Emanuele Lima da Silva, da escola Jovita Franco Arouche, apresentou projeto sobre Medidas de combate ao consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade e criação do Programa Jovem Seguro. A estudante explicou sua intenção. “É proteger os jovens. Os adolescentes consomem álcool barato e muito tóxico. Isso pode trazer perda de rendimento escolar, intoxicação, problemas neurológicos e outros prejuízos. Quero deixar nossa Cidade mais segura”, disse.
Já Bárbara Stella da Silva Barbosa, do Colégio Ativa, protocolou sugestão que prevê Pavimentação das ruas esburacadas utilizando asfalto reciclado. A garota justificou sua propositura.
“Todos os dias vejo asfaltos esburacados pelas ruas de Mogi. Há tecnologia que incorpora plástico, borrachas e outros materiais reciclados para recompor o piso das nossas vias. Isso vai ajudar a evitar acidentes de trânsito e danos nos automóveis”.
Eduardo Nunes Marques Furtado, do Colégio Saber, apresentou propositura sobre a instituição das Paralimpíadas Interescolares a serem realizadas anualmente em setembro, como parte das atividades do ‘Setembro Verde’, campanha dedicada a conscientizar a sociedade sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiência. “Quero ajudar a incluir todas as pessoas e incentivar que elas participem dessa atividade”, comentou.
Guilherme Lopes Gonçalves, da escola Professora Helena Urbano Nagib, propôs a introdução do Programa Municipal de Hortas Escolares. “Tenho uma preocupação real com o futuro do nosso planeta. A natureza pede socorro. Com as hortas, vamos conscientizar os alunos sobre a importância da ecologia. As grandes mudanças começam com as mudanças simples. Quando o aluno aprender a cuidar de uma planta, ele saberá muito mais sobre a importância de preservar o meio ambiente”.
Isabella Lima de Campos Sanches, da Escola Sueli Oliveira Silva Martins, apresentou projeto sobre a Distribuição gratuita de absorventes higiênicos. “Uma a cada quatro meninas no Brasil sofre de pobreza menstrual, ou seja, não tem condições de adquirir o absorvente e, assim, de cuidar de sua higiene íntima. É um problema de desigualdade, de educação e de saúde. Meu objetivo é que as meninas não deixem de ir à escola por vergonha ou falta de condições”, defendeu.
Larissa Moraes, do Colégio Santa Mônica, criou um programa para Criação de creche noturna comunitária destinada ao atendimento de crianças cujos pais ou responsáveis exercem atividades profissionais em turnos noturnos.
“Trabalhei em conjunto com duas colegas: Laura e Heloísa. Nossa ideia é para ter empatia com as crianças nessa situação. A creche noturna vai respeitar a infância e fortalecer a igualdade de gênero, já que muitas mulheres não podem aceitar empregos noturnos por não terem com quem deixar seus filhos”.
Letícia Albuquerque, da Escola Dr. Arlindo de Oliveira, apresentou proposta sobre Medidas para promover a inclusão dos povos indígenas tanto na educação básica quanto na superior, garantindo não só acesso e a permanência, mas também a valorização de suas culturas e a participação ativa das comunidades indígenas nos processos escolares”.
“Infelizmente, povos indígenas sofrem exclusão social e educacional. No Brasil, existem 278 povos estimados. Em Mogi, há duas comunidades. No entanto, existem somente três mil escolas e quase a metade delas não tem energia, esgoto e internet. Muitos jovens e crianças indígenas abandonam os estudos por falta de apoio. Nesse contexto, minha lei é para que o Município garanta o acesso e a permanência dos alunos indígenas. Para isso, pensei em várias ações como professores especializados em intercultura e também a criação de uma semana da integração. A lei é para ensinar o respeito, para servir de reparação histórica e para estimular a valorização cultural. Além disso, os povos indígenas têm muito a nos ensinar, principalmente na sua forma de viver em harmonia com a natureza”.
Yasmin de Oliveira de Souza, da escola Professor José Ayumar Gonçalves de Miranda, apresentou propositura sobre Obrigatoriedade da presença de intérprete da Língua Brasileira de Sinais - Libras em eventos públicos realizados pelo Poder Público Municipal e nas sessões da Câmara Municipal.
“Minha intenção é garantir a inclusão em palestras, inaugurações e eventos. Cerca de 5% da população brasileira, segundo o IBGE, tem deficiência auditiva. É uma ideia de baixo custo, que vai fortalecer a democracia e garantir a inclusão”.
A vereadora Malu Fernandes, presidente da Comissão Permanente de Educação, encerrou os trabalhos legislativos. “Parabenizo a todos pela iniciativa. Que não seja a finalização da participação de vocês, mas sim uma vírgula”.