Gerenciado pela Fundação do ABC em parceria com a Prefeitura, o Hospital Municipal de Mogi das Cruzes está desenvolvendo uma proposta inovadora de humanização do atendimento, que busca tornar o processo terapêutico mais acolhedor e significativo para pacientes em internação prolongada. Inspirado na clássica história do “gênio da lâmpada”, o Projeto Aladdin permite que os pacientes expressem três desejos, dos quais um é selecionado para ser realizado durante a internação, com o apoio da equipe multiprofissional envolvida na assistência.

A iniciativa foi criada com o objetivo de amenizar o impacto emocional da hospitalização, proporcionando momentos de conexão afetiva e resgatando memórias e experiências que fortalecem o bem-estar emocional dos pacientes. O projeto é direcionado a adultos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na Enfermaria Adulto, especialmente aqueles em cuidados paliativos, desde que estejam em condições clínicas que permitam a manifestação consciente de seus desejos.

Os pedidos variam desde simples lembranças afetivas, como saborear um prato especial, até reencontros com familiares, amigos ou animais de estimação. Uma paciente internada há mais de 30 dias, por exemplo, realizou o desejo de reviver o sabor do macarrão alho e óleo com brócolis e frango assado, prato que remetia aos almoços de domingo em família. Outro paciente, que nunca havia experimentado um lanche de uma rede famosa, teve seu desejo atendido após a equipe viabilizar a refeição, respeitando suas restrições alimentares.

EMPATIA E HUMANIZAÇÃO

O processo também envolve uma abordagem lúdica do Serviço Social, que apresenta a história do Aladdin e convida o paciente a escrever seus três desejos em um pergaminho. Após a validação da equipe multiprofissional, o desejo escolhido é realizado com um “cerimonial” simbólico, trazendo à tona o poder da empatia e da escuta ativa no ambiente hospitalar.

Além de humanizar o atendimento, o projeto promove um ambiente mais acolhedor, fortalece o vínculo entre paciente e equipe, e contribui para a recuperação física e emocional – ou para o maior conforto no processo de terminalidade. Na alta hospitalar, a família do paciente recebe uma mini lâmpada “mágica” como lembrança, simbolizando o impacto positivo da iniciativa em momentos de vulnerabilidade