Celebrado na última quinta-feira (30), o Dia Mundial da Juventude é uma importante data para debater os desafios dos jovens, que contempla a faixa etária dos 15 aos 29 anos, bem como suas futuras responsabilidades na sociedade. Em Mogi das Cruzes, Itânio Mariano, formado em Relações Internacionais e coordenador geral do Departamento de Capacitação Profissional e Políticas para a Juventude da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação, que promove cursos de capacitação ao público no município, destaca a importância da participação do jovem na sociedade, como um agente que pode direcionar o País para um rumo mais "justo, igualitário e fraterno".
Para tal, ele ressalta que é preciso levar o protagonismo aos jovens, por meio da evolução pessoal aliado a ampliação do repertório cultural. Segundo Mariano, percebe-se hoje a falta de perspectiva, sobretudo entre aqueles que estão em situação de vulnerabilidade social. Além disso, a tecnologia, apesar dos benefícios, também "influencia de maneira negativa", pois "quando o jovem tem acesso a 1 milhão de informações em uma alta velocidade, ele perde parâmetro de realidade".
O coordenador afirma que isso causa um sentimento de incapacidade, e que por isso é necessário a implementação de estímulos, além de fornecer ferramentas de empoderamento social. "Quando a gente começa a trazer referências e começa a estimular para que ele seja o protagonista, e ele vê que é capaz, o que já é algo muito transformador".
Outro desafio é integrar o jovem ao mercado de trabalho, fazendo com que ele conquiste mais independência e escape da margem da pobreza. "A pauta da empregabilidade tem sido importante, mas o que antecede isso é a capacitação. Então eu diria que a capacitação profissional é um eixo essencial dos jovens, e isso envolve diretamente a empregabilidade e a educação", explicou Mariano.
Dentre outras demandas, Mariano identifica a necessidade de uma atualização nos métodos de ensino nas escolas, pois muitas estão "alinhadas ao século XIX e XX e professores com dificuldades de implementar aulas mais dinâmicas".
Em paralelo, ele defende que é preciso pensar em um desenvolvimento sustentável. "A questão da crise climática coloca em xeque o planeta para as próximas décadas, que nossa geração de jovens vai viver. Essa é uma pauta global, mas que exige atuação local. Precisamos discutir com os jovens, quando falamos de Mogi, a importância que tem a Serra do Itapeti para São Paulo, para o Brasil e para a vida na nossa cidade."
