Os números da violência contra mulher assustam. Infelizmente os casos de feminicídio e tentativas contra a vida de mulheres não são raros e frequentemente ocupam os noticiários. Mulheres que morrem por deixarem relacionamentos, por vezes abusivos, tóxicos, e buscarem uma nova vida. Sem falar, nas que morrem grávidas, daqueles que acabam se tornando seus próprios executores, ou ainda na frente dos filhos daqueles que um dia foram um casal.
Tragédias que infelizmente se acumulam, e são o extremo da violência contra a mulher e a forma como o sexo feminino é geralmente tratado em nossa sociedade. Uma outra forma de violência, bastante comum, infelizmente, embora os números pareçam estar caindo como divulgamos recentemente, é o estupro. O caso mais falado atualmente é do jogador de futebol Daniel Alves, detido na Espanha, pela suspeita de ter cometido o crime em uma casa noturna do país em dezembro.
No território espanhol há um protocolo para atender as mulheres vítimas de violência, e desde o último sábado, dia 4 de fevereiro, entrou em vigora uma lei estadual que prevê que bares, restaurantes e casas noturnas e de eventos prestem auxílio às mulheres que se sintam em situação de risco. Em março, a Associação Comercial de Mogi das Cruzes deve realizar um evento com o tema para orientar o setor. O assunto é um dos destaques da edição de hoje.
A medida é urgente e necessária, uma vez que a violência sexual parece se perpetuar, tendo como vítimas mulheres de forma indistinta, nos bairros mais nobres e mais pobres dos países mais e menos desenvolvidos. São criminosos que se aproveitam de locais ermos mas também das multidões, da força física para que forçar uma relação, ter a mulher como objetivo de suas necessidades. Não há nada que atenue uma violência desse tipo. A mulher é agredida e, por vezes, morta por ser mulher, é disso que se trata o feminicídio.
A mudança precisa vir na força da lei, no empenho de todos, mas principalmente cultural para que a mulher seja vista pelo que é e por sua importância para toda a sociedade.
