O engenheiro civil responsável pelas obras do Programa Viver Melhor, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado de São Paulo, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em parceria com a Prefeitura de Mogi das Cruzes, Octávio Camargo, de 30 anos, explicou que o processo de revitalização do núcleo acontece em diferentes etapas.
No primeiro momento, segundo Camargo, é feito o arrolamento, ou seja, o emplacamento das casas dentro do perímetro indicado pelo município. Por meio da prefeitura, é feita a regularização fundiária e instalação de esgoto e rede elétrica, algo que em Mogi tem acontecido em paralelo ao programa do Estado, como apontou o engenheiro. Em seguida, é enviado uma equipe da CDHU para fazer a entrevista com os moradores, visitar os estabelecimentos para averiguar se é moradia própria, alugado ou comercial e, após essa etapa, equipe de obras avalia as necessidades de melhorias nas casas. 


"O projeto traz melhorias reais às casas dos moradores, que estão vivendo aqui há cerca de 10, 20, 30 e até mesmo 50 anos. Então são casas pelas quais eles possuem esse apego afetivo, porque todo o investimento da vida deles acabou indo para a casa. Assim, fazemos a melhoria visando a dignidade e qualidade de vida do morador, mas principalmente a segurança e salubridade", afirmou Camargo.

O aposentado, até a chegada do programa, morava em um barraco de madeira
O aposentado, até a chegada do programa, morava em um barraco de madeira - CDHU/Reprodução


Mudanças
Dentre as demandas mais comuns do núcleo, o engenheiro destacou a presença de umidade, que pode gerar mofo, o que aumenta a insalubridade do local; a insuficiência de equipamentos hidráulicos básicos; precariedade das instalações elétricas; acesso precário e a insuficiência de vedação, o que permite a entrada de água nos imóveis. "Um caso que a gente se depara bastante aqui, são casas com cômodos sem ventilação. Então abrimos a janela para ventilar, e há casos que não tem como abrir janela, aí fazemos a cobertura com uma telha que permita a ventilação", destacou.

O profissional ainda explica que o foco são as moradias, mas que estabelecimentos comerciais também acabam recebendo o programa de forma parcial, com a revitalização da fachada. "A pintura é a marca do programa Viver Melhor, que é dar a identificação visual e vida ao bairro. Então, há alguns tipos de ocupações em que não fazemos a intervenção interna, como um imóvel alugado, vago ou comercial, porém fazemos a fachada, justamente para não perder a identificação", explicou o engenheiro.


Todas as intervenções ocorrem com o consentimento do morador que, junto à CDHU, constroem um diálogo para decidir o que será feito, o que é apontado como um dos destaques do projeto, pois cada reforma é feita pensando no morador. Com isso, os serviços vão desde a pintura até mesmo alvenaria e troca de algumas mobílias, como foi o caso da moradora Danielle Farias que recebeu uma pia nova.

"Para mim é totalmente gratificante, porque a gente vê o extremo do antes e do depois, acompanhamos todos os processos durante a construção da casa, então a gente vê esse amor do morador pela casa, o brilho nos olhos e a emoção em de fato ver uma mudança real na vida dele, que até então ele não tinha perspectiva de quando conseguiria fazer", concluiu Camargo.

Alto Tietê
Na região o programa está em duas cidades: Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba, totalizando um investimento de R$ 40 milhões. Em Mogi, primeira a receber o Viver Melhor, em junho do ano passado, além de atuar nas 350 casas da Vila Nova Estação, as obras também acontecem em 200 moradias de Jundiapeba, e na Vila Nova União, que deve receber 200 revitalizações, segundo informou a CDHU. O investimento no total de 750 moradias é de cerca de R$ 19 milhões, vindos da estatal. Já em Itaquá, o projeto chegou neste ano, e vai contemplar 686 moradias do Jardim Maria Rosa, com investimento total de R$ 21 milhões.


"É importante entregar novas habitações, mas também precisamos investir na infraestrutura das moradias que já existem. O programa Viver Melhor tem vínculos com a vizinhança, a escola dos filhos, a creche e o posto de saúde", disse o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco.

*Texto supervisionado pelo editor.