O Alto Tietê registrou a abertura de ao menos 19.019 empresas no primeiro semestre deste ano, segundo dados fornecidos por prefeituras. O total representa um aumento de 18,7% em comparação às 16.022 novos negócios no mesmo período de 2024. Mogi das Cruzes liderou o ranking com 7.372 empresas abertas, frente às 6.350 registradas no ano anterior — um crescimento de 16,1%. Arujá foi a única cidade a apresentar redução. O levantamento inclui ainda informações de Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba e Suzano.

Na comparação dos períodos, o número de novos Microempreendedores Individuais (MEIs) também cresceu na região, com números positivos na maioria das cidades analisadas. Foram registrados 12.569 novos MEIs na região, frente a 10.241 no mesmo período do ano anterior, o que representa um aumento de 22,7%.

A gerente regional do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP) no Alto Tietê, Gilvanda Figueirôa, explicou que o aumento nas formalizações também reflete uma percepção de melhora na economia, o que incentiva a busca por regularização, porém, não indica uma tendência - visto que o cenário econômico nacional e internacional ainda é marcado por desafios.

Empresas

Após Mogi, Itaquá foi a segunda cidade que mais abriu empresas em números absolutos.. A administração municipal apontou que foram 5.884 registros, alta de 42,9% sobre os 4.118 do ano anterior. Já a cidade de Guararema registrou o maior aumento percentual na comparação entre os anos. As formalizações subiram 60,1%, com 443 aberturas ante 276.

Suzano teve aumento de 41,7%, passando de 646 empresas abertas nos primeiros seis meses de 2024 e outras 915 no mesmo período de 2025. Ferraz também apresentou avanço, passando de 2.096 empresas abertas no primeiro semestre do ano passado para 2.765 neste ano - representando crescimento de 31,9%. 

Arujá foi o único município com queda: 1.640 empresas abertas em 2025, contra 2.536 no ano anterior — retração de 35,3%, conforme dados divulgados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.

MEIs

Na formalização de MEIs, Mogi também lidera os registros, com 5.397 novos microempreendedores, alta de 57,8% em relação aos 3.419 formalizados no primeiro semestre de 2024. Já Guararema teve o maior crescimento percentual da região: alta de 162,2%, passando de 90 para 236 registros.

Itaquá teve 2.545 cadastros em 2025, crescimento de 21,5% sobre os 2.094 registrados no ano anterior. Enquanto Ferraz registrou 2.518 MEIs neste ano, ante 1.864 no ano passado, avanço de 35,1%.

Em Suzano, o número de MEIs caiu 2,1%, com 236 formalizações em 2025 contra 241 em 2024. Já Arujá apresentou uma queda ainda maior de 35,3%, com 1.637 registros neste ano ante 2.533 no mesmo período do ano anterior.

Panorama estadual


Segundo a Fundação Seade, o Estado de São Paulo registrou a abertura de 504.766 empresas entre maio de 2024 e abril de 2025, com o setor de serviços respondendo por cerca de 70% dos novos negócios. No mesmo período, foram formalizados 850.624 novos MEIs, sendo quase metade na Região Metropolitana.

Planejamento


A gerente regional do Sebrae avalia que o aumento no número de empresas observado na região, de acordo com o levantamento feito junto a prefeituras, pode estar relacionado ao otimismo de parte da população com a economia no início do ano, com maior procura por formalizações. “Eu brinco que na virada do ano as pessoas pulam as ondinhas do mar e falam: ‘vou realizar meu sonho’. O sonho dos brasileiros é ter seu próprio negócio”, pontuou, destacando também a influência ainda da pandemia de Covid-19. Segundo ela, muitas pessoas refletiram no período sobre seu propósito e sonhos como empreender. 

Para Gilvanda, diversos fatores regionais e nacionais afetam o ritmo de abertura de empresas e, por isso, ainda não é possível fazer previsões para os próximos meses: “Quando vem um temor, as pessoas adiam seus planos. Não tem como dizer como vai ser o segundo semestre”. 

Ela destacou alguns avanços no planejamento de Prefeituras como Mogi e Itaquá - esta última, de acordo com ela, simplificou nos últimos anos o processo de abertura de empresas: "São cidades que viviam mais informalidade por questões de taxas.  Além disso, quando a pessoa acredita que a economia vai melhorar, tendem a formalizar mais as empresas". Porém, alertou que muitos empreendedores ainda iniciam um negócio sem planejamento ou pesquisa de mercado, seguindo tendências e estabelecimentos que estão "na moda".. “Não adianta abrir no impulso. Você precisa se especializar. Se a pessoa não se planejou, os negócios não duram”, afirmou.

Orientações

A gerente regional afirmou ainda que há uma busca constante por informações no escritório e nos postos de atendimento do Sebrae-SP sobre como abrir corretamente uma empresa e assim correr menos riscos. Ela reforçou que as orientações são gratuitas, incluindo ferramentas práticas, como um questionário que ajuda o futuro empresário a avaliar se o local escolhido é adequado para o tipo de negócio pretendido. “A pessoa tem toda a orientação se for atrás, do Sebrae, da Prefeitura, e ela tem que fazer esse caminho, essa romaria de abrir um negócio, pois não é fácil, mas possível com planejamento”, completou.

A entidade promove atualmente ações como o programa Super Vendas do Sebrae-SP focado no Dia dos Pais. A iniciativa gratuita está percorrendo neste mês as cidades de Biritiba Mim, Itaquá, Poá, Salesópolis e Suzano, com conteúdo aplicável a todos os tipos de negócios.

O  escritório do Sebrae-SP no Alto Tietê está localizado na Avenida Francisco Ferreira Lopes, 345, Vila Lavínia, em Mogi das Cruzes. Mais informações podem ser consultadas no site da entidade (https://agenda.sebraesp.com.br/altotiete/fale-com-o-sebrae).