Após o presidente do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) e prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha (PODE), ter solicitado ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE),  em caráter de emergência, a abertura de mais comportas da Barragem da Penha, pela qual passa o rio Tietê, para melhorar o escoamento de água, o órgão explicou, por meio de uma nota técnica, que a medida não interfere na velocidade de escoamento do volume acumulado nas cidades da região atingidas por fortes chuvas nas últimas semanas.  

Segundo a autarquia, o acúmulo de água no Alto Tietê não se deve à abertura ou não das comportas, visto que o maior nível de água já registrado na Barragem da Penha foi de 724,7 metros (altura em relação ao nível do mar), seis metros abaixo de onde se situa Itaquaquecetuba, a 732 metros. "Portanto, a operação da estrutura não interfere nas cheias em municípios que estão localizados em uma cota superior", destacou a nota.

De acordo com o DAEE, a regra operacional nos casos de cheia é de que as comportas sejam fechadas quando o nível alcançar 720 metros depois da Barragem, no sentido da capital. Assim, quando o nível do rio atinge 723 metros, ela escoa por cima das comportas, logo, o fechamento da barragem não impede o fluxo do rio. Atualmente, a represa atua com duas comportas abertas do total de seis.

A autarquia ressaltou ainda que o acúmulo de água nos municípios vai variar de acordo com a precipitação e duração da chuva, além de aspectos topográficos (relevo), condições hidrográficas, ocupação do solo, impermeabilização das ruas, entre outros fatores, e confirmou monitorar as condições do rio em vários pontos e emitir alertas à Defesa Civil.

O DAEE também pontuou que o Condemat solicitou uma reunião com a direção, que está sendo planejada.

 

Desassoreamento

Em Itaquá, os vereadores David Neto e Lucas do Liceu, ambos do PP, apresentaram requerimentos que foram aprovados na primeira sessão ordinária deste ano, realizada nesta semana, cobrando informações e ações do DAEE frente aos temporais. Também foram enviadas cópias do documento ao Ministério Público e ao governo do Estado.

Dentre as informações requeridas, espera-se uma devolutiva com a data para concretização dos desassoreamentos, medidas para acabar com as enchentes e o detalhamento de recursos disponíveis e investimentos. De acordo com os requerimentos, o acúmulo de água da chuva que se mistura com o esgoto pode causar prejuízos à saúde, além da perda de bens materiais e implicações psicológicas.

*Texto supervisionado pelo editor.