Mogi - A transmissão do jogo de ontem (9) entre Brasil e Croácia, ao meio-dia, pela Copa do Mundo, reuniu uma multidão de torcedores no "Hexa na Praça", montado pela Prefeitura no centro de Mogi das Cruzes. Se dependesse do entusiasmo da torcida mogiana, o país avançaria para a próxima etapa, no entanto, em sua quinta partida na Copa do Mundo, no Catar, a seleção brasileira, após o empate por 0 a 0 no tempo normal e depois 1 a 1 na prorrogação, foi derrotada nos pênaltis pela equipe croata, que foi vice-campeã na Copa de 2018. Enquanto o Brasil, que sonhava com o hexa, ganhou o seu título de pentacampeão há 20 anos, em 2002.

Os torcedores estavam otimistas no início do primeiro tempo da partida. A assistente de produção Valesca Geisele da Cunha, de 30 anos, esteve pela primeira vez no local, acompanhada pelo marido Jeferson Alves de Andrade, 34, e a irmã Fabiele Cristiane da Costa Cunha, 28. "Hoje o placar tem que dar 4 a 0 para o Brasil. Eu já apostei no bolão da empresa e estou confiante", disse Valesca. 

Fabiele, que é fisioterapeuta, também estava confiante. "O time todo está jogando com equilíbrio. Por enquanto a zaga está se saindo melhor do que o ataque, mas isso vai mudar neste segundo tempo", disse. Com o fim do primeiro tempo, a expectativa da mogiana abaixou de 3 a 0, para 2 a 0, mas afirmou estar confiante na conquista do título de hexacampeão.

O marido de Valesca, Jeferson, que é eletricista, acreditava em um placar mais tímido, com a vitória do Brasil por 1 a 0. "O Brasil tem chances, mas está muito difícil", disse. Para ele, o desempenho da seleção dependeria das substituições. "Tem que tirar o Rapinha e colocar o Rodrigo. Tenho certeza que ele fará o gol. Se não tirar alguém bom do banco, não vai fazer gol nenhum", observou.

A auxiliar de limpeza, Alda Siqueira, 62, que trabalha no centro de Mogi, também acompanhava a partida atentamente no Largo do Rosário. "O Brasil está difícil. Pode até ganhar o hexa, mas está difícil", reforçou.

Depois de um jogo difícil e emocionante no tempo normal, a torcida no Largo do Rosário, no centro de Mogi, comemorou o gol do camisa 10, Neymar Jr. na prorrogação. Minutos depois a Croácia empatou, e depois venceu o Brasil nos pênaltis. O técnico de serviços Marcos de Paula, 63, contou sua experiência com a eliminação da seleção em outras Copas. "Eu não me incomodo mais, torço porque tenho que torcer. Sou brasileiro. Mas já vi muito disso, na Copa passada o Brasil também saiu nas quartas. Só sinto que dava para ter ganhado hoje", afirmou.

Já a estudante Stéfany Oliveira, 9, com enfeites no cabelo e nas mãos em verde e amarelo, lamentou a derrota: "O Neymar tinha que chutar a última bola. Não podiam deixar esse jogador ruim na final", desabafou.

A mãe da estudante, Jéssica Oliveira, 32, contou ainda que a filha estava ansiosa pela partida e havia até faltado na escola. "Ela aprendeu a gostar assim com o pai dela. E mesmo que sejam só meninos em campo, ela sempre quer jogar", completou a mãe.