Mogi e Suzano - Moradores da região realizaram na quarta-feira (2 de novembro), feriado do Dia de Finados, atos pedindo a revisão do resultado do segundo turno das eleições presidenciais e "intervenção federal" no processo eleitoral após a decretada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As manifestações aconteceram nas cidades de Mogi das Cruzes e Suzano, respectivamente em frente aos quartéis do Tiro de Guerra - órgãos do serviço militar responsáveis pela formação de reservistas, chamados de atiradores. Com carros de som e portando bandeiras, os manifestantes alegam uma suposta fraude na votação do último domingo, e pedem a revisão e o impedimento de Lula assumir a presidência no dia 1º de janeiro de 2023.

Um dos manifestantes participou de dois momentos - a barricada no dia 1º de novembro na rotatória no limite entre Poá e Suzano, e o ato em frente ao Tiro de Guerra de Suzano. Caio Fagundes reafirmou que o público que participou dos atos por não concordar com o resultado das eleições, acreditando em fraude, e que a "intervenção federal" partiria das Forças Armadas, mediante requisição da população. "O pessoal pretende continuar nas manifestações pelo menos até o fim de novembro", explicou.

Um morador de Mogi das Cruzes que pediu para não ser identificado também participou dos atos no Dia de Finados na cidade, onde estimou mais de 5 mil participantes na jornada que começou no início da manhã e foi até o fim do dia.

O entrevistado reafirmou o intuito dos manifestantes em instigar uma intervenção em nível federal por parte das Forças Armadas, e que foi elaborado um abaixo-assinado para encaminhar às autoridades militares para a ruptura do processo eleitoral.

"As reivindicações vão continuar até que se apresente que houve fraude no primeiro e segundo turnos. O presidente (Jair Bolsonaro) sabe, e não vai entregar o governo. O que todos queremos são as provas, que estão nas mãos das pessoas. O Exército e a Polícia estão do nosso lado, e vamos aguardar os próximos passos ", explicou.

Procurada pela reportagem, a Polícia Militar do Estado de São Paulo informou que acompanhou as manifestações realizadas no Estado, e que não houve registro de ocorrências e não foi feita a contagem do número de manifestantes.

Bloqueios

No final da manhã de terça-feira (1º de novembro), o governador Rodrigo Garcia determinou o cumprimento da ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para o desbloqueio de rodovias tomadas por apoiadores do atual presidente, que questionaram o resultado das eleições e pediram a intervenção das Forças Armadas. No final da tarde de quinta-feira (3 de novembro), a Polícia Militar informou ter dissolvido todos os 378 pontos de bloqueio no Estado.