Mogi - O feriado inédito da Consciência Negra e os protestos contra o resultado das eleições presidenciais foram os assuntos que ganharam destaque na sessão da Câmara Municipal realizada ontem. Na oportunidade, quando não foram votados projetos de lei, o vereador Iduigues Ferreira (PT) utilizou a tribuna para defender o debate constante sobre o racismo no Brasil e para convidar a população e demais parlamentares para os eventos programados em homenagem a defesa dos direitos da população negra.
Nessa sexta-feira (18), a Câmara realizará a sessão solene para entrega da Medalha Zumbi dos Palmares. A honraria homenageará nove personalidades que se destacaram em ações contra a discriminação racial, na defesa dos princípios constitucionais e na promoção da inclusão social. "Nesse ano, com a aprovação por unanimidade nessa Casa de Leis, teremos o primeiro Feriado da Consciência Negra no próximo dia 20. É importante que nós vereadores ampliemos esse debate tão importante que é o racismo estrutural, o 'apartheid' social que nós vivemos, onde os negros são os que mais morrem, mais os são assassinados e que tem menos oportunidades de crescimento", ressaltou o petista.
O parlamentar aproveitou a oportunidade para convidar os demais colegas para que participem das atividades que estão sendo programadas em alusão ao feriado, como uma caminhada organizada por organizações sociais para o próximo domingo, com saída às 9 horas, do Largo do Feira até a praça Zumbi dos Palmares, em Braz Cubas.
A moção de aplauso apresentada pela vereadora Inês Paz (Psol) em homenagem aos diretores de escola também foi discutida e aprovada no plenário da Câmara ontem. "O Dia Nacional do Diretor foi comemorado no último dia 12 e vale aqui o nosso reconhecimento para esses profissionais que tem um papel fundamental na educação e que articulam a escola como um todo, integrando a comunidade, os alunos e a parte pedagógica", explicou.
A vereadora também utilizou a tribuna para denunciar as ofensas e ameaças que recebeu, por meio de um áudio, em função de sua solicitação para a retirada do acampamento instalado em frente ao Tiro de Guerra de Mogi por manifestantes contrários aos resultados da eleição presidencial. "Fiz meu trabalho como vereadora democrata e republicana que sou. Apresentei ofícios para a Prefeitura de Mogi e para a Delegacia Seccional questionando a retirada dessas pessoas da rua, porque não é possível admitir manifestações contra o Estado Democrático de Direito e contra a Constituição. Não vou me intimidar com ameaças e ofensas. Farei um boletim de ocorrência e tomarei todas as medidas legais cabíveis", concluiu. Os manifestantes foram retirados do local ontem. Em nota a Prefeitura de Mogi afirmou que não participou da ação.