O amor é dívida que nunca se paga. Qual o valor do cheque que daria à sua mãe pelo sacrifício e carinho que devotou a você desde o nascimento? 
Se você lhe revelasse tal intenção seria um insulto, porém, ela receberia de bom grado a tua gratidão revelada num simples beijo de amor. Você já pensou no tamanho da dívida que teríamos de pagar a Deus pelo Seu cuidado diário em nos alimentar, nos vestir e nos abrigar? 
Esse amor de Deus é dívida que nunca se paga, por isso é que Ele nos perdoa. Nos velhos tempos, quando criança, eu via com satisfação, por cima da cerca de madeira que nos separava da casa do vizinho, o prato devolvido que vinha sempre com algo gostoso em retribuição ao quitute que minha mãe tinha enviado àquela família.
Hoje é quase impossível esse tipo de transação amigável - os muros são altos e, às vezes, com cerca elétrica. A busca de segurança nos distancia socialmente. O desejo do Pai Celestial é tão grande em manter seu relacionamento conosco, que nem mesmo os altos muros das nossas ofensas e pecados podem nos separar do Seu amor. Ele perdoa nossas dívidas pela Sua Graça abundante e nos dá, sem a necessidade de retribuirmos em bens, apenas em gratidão.
A graça obtida pelo sacrifício de Jesus na cruz é suficiente para nos salvar da morte eterna. Há sempre um desejo de pagar a Deus e aos homens, o amor recebido. Não há mérito humano que possa aliviar a nossa culpa do pecado. Só a graça divina é completa para salvar. Quando perdoamos nossos devedores, não ficamos desenterrando "defuntos" que ressuscitam mágoas. O perdão aniquila a vingança.
O filme "O Incrível Exército de Brancaleone", comédia italiana, retrata peregrinos da Idade Média guiados por um fanático, em direção a Jerusalém para libertar o Santo Sepulcro.
Um deles, entre tantos esfarrapados, carregava, em constante penitência, uma pesada pedra sobre a cabeça; tortura física que desagrada a Deus por não acreditar em Seu perdão.