As condições da avenida Governador Mário Covas Júnior, a Marginal do Una, em Suzano, no trecho que há anos aguarda obras de conclusão, estão cada dia piores. O local se tornou ponto de encontro de usuários de drogas e de despejo de lixo e entulho.
Para evitar ainda mais transtornos, a prefeitura decidiu retirar os tubos de concreto que impedia o trânsito de veículos na parte inacabada da via e construir uma pequena mureta de bloco, na altura da rua Vereador Romeu Graciano, na Vila Mazza. No entanto, a medida se mostrou ineficiente.
A população que mora ao redor também cobra a conclusão da Marginal do Una, que foi prometida pelo governo estadual e é aguardada há mais de uma década. O trecho de 2,4 quilômetros sentido rodovia Índio Tibiriçá (SP-31) receberia serviços de revitalização, mas, no final do ano passado, o Estado revogou o último processo licitatório que contrataria a empresa que faria os serviços. Desde então, a situação segue sem avanços. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o edital está em fase de atualização, assim como a tabela de preços, já que a publicação é de 2014. O valor orçado para as obras é de R$ 76 milhões.
A mureta construída pela Prefeitura de Suzano está substituindo os tubos de concreto que serviam de "esconderijo" para assaltantes e depósito de lixo, mas não impede o tráfego de motos no trecho interditado. Para a dona de casa Valdeni Farias Silvério, de 45 anos, a medida é favorável aos pedestres, mas ela ainda não está satisfeita. "O ideal seria arrumar a avenida toda. Tem muitos assaltos por aqui", disse. "Acredito que a substituição dos tubos poderá apenas evitar o despejo de entulhos", avaliou.
Algumas pessoas lembraram que o local não tem iluminação e serve de abrigo para usuários de drogas no período da noite. "O correto seria abrir a Marginal do Una para o trânsito e colocar iluminação", sugeriu Luana Reis. "Volto à noite da faculdade e acho muito perigoso passar aqui. Antes, com os tubos que fechavam a avenida, era bem pior, mas muitos problemas continuam".
A estudante Joice Soares, 17, comparou o local com a situação anterior. "Antes tinha muito lixo, mas acredito que só uma mureta não vai mudar o comportamento de quem joga entulho aqui", avaliou. "O ideal mesmo é liberar a via".
A reportagem percorreu ontem o trecho da Marginal do Una que está interditado, após a rua Caboclos, no sentido Índio Tibiriçá, e viu que ainda há problemas com despejo de entulhos no decorrer da via.