Após a Justiça suspender o concurso público realizado pela Prefeitura de Mogi das Cruzes para o cargo de procurador público e a própria administração municipal cancelar o processo de seleção em função de possíveis irregularidades por parte da Coordenadoria de Apoio a Instituições Públicas (CAIP), que organizou o exame, os vereadores de Suzano resolveram questionar a prova feita em Suzano para cargos no Instituto de Previdência do Município de Suzano (IPMS), aplicada pela mesma entidade.
De acordo com o vereador Walmir Pinto (PDT), relator da Comissão de Administração Pública, o grupo se reunirá hoje, antes da sessão, para que se decida qual caminho a investigação tomará. "Não podemos fazer juízo de valor antes de investigar por causa das evidências de Mogi, mas temos que apurar. Acredito que o ideal seja ouvir o presidente do instituto (Joel Bittencourt) e ver que caminhos devemos seguir".
Em Mogi, a prefeitura decidiu cancelar o concurso para o cargo de procurador jurídico após a administração municipal ter acatado algumas sugestões dadas pela Comissão de Sindicância, por ela instaurada, que apurou a realização do certame, cujas provas foram aplicadas pela CAIP, unidade organizacional vinculada à Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).
No relatório das análises feitas pela sindicância, a comissão concluiu que "analisando as provas coletadas, os membros entenderam, por unanimidade, não haver provas conclusivas de que de fato houve irregularidade no concurso em questão, embora haja uma série de indícios neste sentido".
Entre os pontos mencionados e que levantam questionamentos acerca da lisura do certame está o fato de a coordenadoria da CAIP não ter conhecimento sobre as pessoas que tiveram acesso às provas; o professor responsável pela elaboração do exame conhecer e ter sido professor de todos os egressos da USCS, que foram classificados em primeiro lugar em seus respectivos certames, além de o mesmo professor dar aula em cursinhos para concursos públicos.
Em Suzano, a primeira colocada no processo seletivo para preenchimento da vaga de procurador jurídico do IPMS é ex-aluna da USCS. A suspeita de um possível favorecimento da concorrente foi levantada no final do ano passado pelo juiz da Vara da Fazenda Pública de Mogi, Bruno Machado Miano, que autorizou a suspensão de dois concursos.
"Já são do meu conhecimento essas informações e acredito que tenhamos que investigar tudo isso. Eu mesmo já falei com o Joel (presidente do IPMS) sobre o caso e vamos conversar também na comissão, porque os indícios de Mogi são graves", completou o vereador Alceu Matias Cardoso (PRB), que é membro do grupo parlamentar.