O vice-presidente Michel Temer disse que a gravação feita por ele e divulgada ontem, na qual apresenta propostas que pretende discutir, caso assuma o governo, foi um "equívoco" e que foi em resposta a alguns "companheiros", que perguntaram a ele se estava preparado para ocupar a presidência da República.
Segundo Temer, em vez de enviar a mensagem para outro amigo, o áudio foi direcionado a "um grupo que acabou divulgando esta matéria".
"Eu falava com vários companheiros e, naquele momento, me perguntaram se eu estava preparado para a eventualidade daquilo que viesse a acontecer no próximo domingo, porque, certa e seguramente, se exigiria uma manifestação minha. Eu disse: 'Olha, até vou fazer o seguinte. Vou gravar aqui uma coisa que eu imagino que eu possa dizer'", disse.
Após o vazamento do áudio, Temer convocou jornalistas para comentar o assunto. Ele afirmou que as teses defendidas, de prestígio aos setores produtivos, manutenção de programas sociais e chamamento dos partidos para uma "salvação nacional" são as mesmas sustentadas por ele ao longo do tempo. "Não estou dizendo novidade", afirmou. 
Perguntado se o vazamento poderia alterar o resultado da votação do impeachment na Câmara, que deve terminar neste domingo, Temer disse que não. Ele afirmou também que não iria comentar críticas de que é "golpista", e estaria sentando-se na cadeira antes do tempo. "Certas afirmações não merecem, digamos assim, a honra da minha resposta", disse o vice-presidente. "Mas reitero que aquilo que disse. Continuarei a fazer, dependendo do que acontecer no dia 17 (dia previsto para o impeachment ser votado na Câmara). E me dirigi respeitosamente ao Senado, dizendo que apesar da eventual decisão que se dê, ainda teremos que aguardar decisão. (A.B.)