Mogi das Cruzes entrou em estado de atenção depois do temporal registrado na madrugada da sexta-feira. De acordo com a prefeitura, a cidade registrou 83 milímetros de chuva, quando o índice aceitável é de 35 mm. Segundo o secretário municipal de Segurança, Eli Nepomuceno, o estado de atenção é decretado quando o volume de chuva é superior a 80 mm no período de três dias.
A cidade tem sete casas interditadas parcialmente. Na Chácara Guanabara, dez famílias estão desabrigadas por causa do transbordamento do ribeirão Lambari. As 30 pessoas foram encaminhadas para uma creche municipal.
Nepomuceno esclareceu que a inclusão do município em estado de atenção gera um alerta mais intensa do governo do estado e federal. "Nos últimos três dias, tivemos 83 mm de chuva, pois no dia anterior registramos 0 mm. Isto exige algumas providências administrativas por parte do poder público, assim como uma preparação para uma eventual necessidade de um apoio maior", disse.
O secretário informou que, na noite de quinta-feira e madrugada de sexta-feira, a cidade registrou diversos pontos de alagamentos. Uma das situações mais graves foi identificadas no distrito de Jundiapeba, que frequentemente sofre nos primeiros meses do ano por conta das fortes pancadas de chuva. Com as forte chuvas, estradas vicinais foram bloqueadas pela lama e queda de árvores. Funcionários da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos trabalhavam para desobstruir as passagens. Por causa do bloqueio, o transporte público teve dificuldade de atender os moradores de alguns bairros.
No Botujuru, Jundiapeba e Brás Cubas o volume de chuva chegou a 85 mm. O secretário afirmou que o piscinão no Parque Santana ultrapassou seu limite. "Registramos alagamentos na Chácara Guanabara, Botujuru, Jundiapeba, além de outros pontos que normalmente alagam. O piscinão ultrapassou o limite de oito metros. Depois da meia-noite, as bombas ficaram funcionando para retirar a água. Foi uma situação muito delicada. Hoje (ontem) pela manhã, a altura do piscinão estava em 5,5 metros", ressaltou o secretário.
De acordo com Nepomuceno, a cidade conta com casas parcialmente interditadas na região de Sabaúna, Piatã e em outros bairros. As famílias estão recebendo apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social. Os funcionários dos Centro de Referência de Assistência Social (Cras) das áreas afetadas também estão visitando as famílias atingidas.
O secretário municipal de Saúde, Marcello Cusatis, afirmou que as unidades de saúde da cidade foram alertadas para que casos de doenças relacionadas com as enchentes, especialmente a leptospirose, sejam notificados. Com isso, a pasta pode fazer uma ação direcionada na área. Cusatis recomendou que os moradores atingidos pelos alagamentos façam a limpeza das casas o mais rápido possível.
Orientação
Os agentes de saúde do Programa de Saúde da Família (PSF) também visitaram as famílias afetadas pela chuva para oferecer assistência. Em Jundiapeba, na rua Dolores de Aquino e travessas, uma das regiões mais castigadas pela chuva, 124 visitas com orientação de doenças transmissíveis em caso de enchentes (leptospirose, hepatites e dengue) foram feitas. Nenhuma família teve que deixar as casas. Os outros oito PSFs realizaram juntos, 219 visitas.