Mais de 300 trabalhadores entraram em greve, nesta semana, em protesto aos atrasos de salários. Os funcionários da empresa Marfinite, em Itaquaquecetuba, reivindicam os pagamentos referentes aos meses de janeiro e fevereiro, que deveriam ter sido efetuados no mês passado e na última segunda-feira, respectivamente. Além disso, eles denunciaram a falta de depósitos, há seis anos, do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Em protesto contra a falta de pagamentos, os funcionários paralisaram os serviços nos dias 7 e 8 de março. Ontem, os trabalhadores se concentraram em frente à Marfinite, junto com representantes do Sindicato dos Químicos da Região, na estrada do Corta Rabicho, no bairro do Una, em Itaquá. Os empregados também cobraram o 13º salário, que seria pago em cinco parcelas todos os dias 24, conforme prometeu a empresa, porém, o mesmo está sendo feito com atrasos. A primeira parcela foi depositada em 30 de janeiro.
Durante a reunião de negociação, o presidente do sindicato, Geraldo Pereira Filho, disse que a empresa se comprometeu a efetuar o depósito do vale de fevereiro ontem mesmo, garantindo que hoje de manhã estaria disponível nas contas bancárias dos funcionários. Já o pagamento integral do salário de fevereiro seria efetuado em 18 de março. "Os dois dias de paralisação também não serão descontados", garantiu o sindicalista. Os trabalhadores, então, aceitaram retomar os trabalhos hoje mesmo, mediante o pagamento.
Pereira Filho também destacou o fato de a empresa ter demitido uma funcionária ontem. "Demitiram uma funcionária logo hoje, quando comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Achei um absurdo. Mas conversamos e a empresa cancelou a demissão. Já consideramos isso uma vitória", destacou.
O sindicato ainda adiantou que a empresa fará um corte no quadro de funcionários.
A operadora de máquinas Graziele Moreira dos Santos conta que passa dificuldades por conta dos atrasos. "O leite do meu filho já acabou e estou com as contas de água e luz atrasadas", lamentou. "Estou há mais de um mês sem receber. Até o vale-transporte está atrasado".
O recuperador de material, Luiz Ferreira dos Santos, afirma que o FGTS não é depositado há seis anos. "E ainda tem o salário atrasado. Já cobramos a empresa, mas nada é resolvido", disse o funcionário.
Procurada pela reportagem, a Marfinite não enviou posicionamento a respeito.