A depredação de espaços públicos vem virando rotina em Mogi das Cruzes. Depois das praças da Liberdade, em Jundiapeba, e da Juventude, no Jardim dos Amarais, desta vez o alvo dos vândalos foi o Centro Esportivo e Recreativo Benedita Eugênia de Siqueira, na Vila Jundiaí. E a reclamação dos moradores deste distrito é a mesma que nos outros dois casos citados: de acordo com eles, os problemas passaram a ocorrer depois que a Guarda Municipal deixou de atuar no local.
Se antes a estrutura era utilizada para o lazer, atualmente a mesma é motivo de preocupação para a população. Isso porque após os atos de vandalismo, o cenário é de completo abandono. Por todos os lados há marcas de pichações e vidraças quebradas. Até mesmo alguns equipamentos da Academia da Terceira Idade (ATI), bem como os balanços do playground, foram removidos. Além disso, nem mesmo a fiação elétrica do espaço destinada aos guardas municipais foi deixada para trás.
De acordo com uma moradora, que com medo de represálias preferiu não se identificar, o principal medo dos moradores é de que o espaço venha a servir de "abrigo" para a criminalidade. "Se for para deixar abandonado como está, é melhor que a prefeitura utilize o espaço para construir outra coisa. À noite, a gente fica com medo, porque isso aqui é uma desordem. Principalmente quem tem filho fica com medo dele estar passando na rua e ser levada para dentro por algum estuprador", disse.
A mesma preocupação afeta outra dona de casa, que também preferiu ter sua identidade preservada. Segundo ela, algumas práticas ilícitas já estão ocorrendo no local. "Nós gostávamos de ir à ATI fazer exercício ou levar as crianças para brincar. Agora não tem como. Até durante o dia tem gente fumando maconha. A noite então, é pior: eles quebram tudo e vendem drogas. O Centro Comunitário que nem foi inaugurado foi destruído e agora serve até de motel", contou.
Todos os entrevistados pela reportagem reivindicaram a presença da guarda municipal no centro esportivo, bem como mais policiamento na região. "Quando tinha guarda não havia tantos problemas. Foi só eles saírem para ficar do jeito que está. É claro que eles sozinhos não dão conta de tudo. É preciso que a Polícia Militar esteja por perto, além de reforço na segurança, com novos portões e a troca das telas de proteção, que estão todas soltas", comentou um aposentado.