É verdade que a realidade sofrida do País não inspira comemoração. Mas, sou entusiasta do desenvolvimento cultural e do fortalecimento das comunidades propiciados pelo Carnaval. Tanto aprecio que, ao assumir a Prefeitura de Mogi das Cruzes, em 2001, fiz questão de resgatar os desfiles carnavalescos, oficializando a Folia de Momo na avenida.
Também melhoramos a estrutura com a Avenida Cívica, que se tornou o palco para festejos carnavalescos, desfiles e outras manifestações socioculturais. Em que pesem os avanços, o contexto do Carnaval mogiano está longe do ideal. Primeiro: a prefeitura terá cada vez menos condições de repassar recursos públicos. Segundo: as agremiações carnavalescas são do povo para o povo.
Não tem razão de existir a escola de samba que passa o ano inteiro nula para sua comunidade e só dá sinal de vida um mês antes do Carnaval. Passamos oito anos na prefeitura alertando os dirigentes das agremiações para a prática da responsabilidade social. É o alicerce do relacionamento com a comunidade e também a principal ferramenta para buscar patrocínio privado. A administração municipal se propõe a ser parceira de projetos de inclusão social.
Beneficiando os moradores, a agremiação estabelece sinergia com a comunidade, que retribui com participação em festas para angariar fundos e nos preparativos para os desfiles. Esse processo evolui e confirma a legitimidade da agremiação quando ela passa a ser vista pelo morador como "a minha escola de samba".
Nossa expectativa é que os fatos, ainda mais evidentes na crise econômica, propiciem as transformações. Assim, o carnaval mogiano será pleno em riqueza cultural, porque terá a essência da festa popular que justifica sua existência.
Quem não aprecia os festejos carnavalescos, use o período para fazer algo de que goste. Carnaval é festa, é alegria, é momento de dar vazão à energia. Mas, também é bom senso, organização e disciplina. Vamos curtir o feriado. Com responsabilidade.