O diretório do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) de Ferraz de Vasconcelos realizou, no último sábado, uma audiência de julgamento referente ao processo de expulsão do prefeito afastado Acir Filló, porém, o tucano não compareceu. O relatório sobre o processo deve ser emitido nos próximos dias. O procedimento de desfiliação teve início em dezembro, motivado pelo inquérito que investiga as denúncias de fraude na licitação da coleta de lixo da cidade, o que ocasionou o afastamento do político do cargo por determinação da Justiça.
O pedido de expulsão foi aprovado pela comissão de ética. Agora, alguns trâmites burocráticos devem ser obedecidos para a conclusão. O presidente do diretório do PSDB de Ferraz, Clóvis Caetano da Silva, afirma que o prefeito afastado foi informado, via edital, sobre a audiência, mas até o momento não se manifestou. "A incompatibilidade dele com a ética do partido foi o que motivou esse processo. Essa não é uma expulsão partidária. É algo amplo que caracteriza que o prefeito cometeu ilícito e o PSDB não pode fazer vista grossa", explicou. "Há contratos incompatíveis com o salário do prefeito e eu não posso, simplesmente, engavetar isso".
Clóvis ainda disse que o diretório de Ferraz está sendo orientado pelo departamento jurídico do diretório estadual e que deve obedecer algumas burocracias, motivo pelo qual o processo é demorado. "Se o Filló tivesse alguma condenação transitada e julgada, o processo correria rápido. Mas nesse caso, tem que ser julgado pelo rito ordinário, por isso tem que dar o direito de defesa a ele", explicou.
A reportagem do Dat procurou o prefeito afastado para dar um posicionamento sobre o caso. "Isso tudo faz parte do jogo sujo da política de Ferraz", argumentou. Filló disse ainda que pediu licença do PSDB, um dos motivos pelo qual não se manifestou e não compareceu na audiência deste sábado, dia 6. "Sábado também não é dia útil para isso", disse.