No dia 5 de novembro de 2015 ocorreu o maior desastre ambiental da história do nosso sofrido país. O rompimento da barragem de Fundão, que pertence à Samarco, destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana.
As consequências mais imediatas desse desastre foram 17 mortes confirmadas, dezenas de feridos, aproximadamente mil pessoas desalojadas e mais de 40 cidades na região leste de Minas Gerais e no Espírito Santo afetadas pelos rejeitos que estavam depositados na barragem. 
Segundo levantamento feito pelo governo do estado de Minas Gerais, os danos socioeconômicos somaram prejuízo de 1,2 bilhão de reais, considerando valores referentes à paralisação das atividades industriais, prejuízos econômicos públicos, além de danos à infraestrutura pública e privada, informados por cidades mineiras e capixabas impactadas pela tragédia. 
Pois bem, a Samarco Mineração S.A., empresa controlada pela Vale S.A. e pela anglo-australiana BHP Billiton, responsável pela barragem causadora de tantos danos não tem tido atitudes corretas para a reparação de todos os danos causados, como moradia, indenizações e reconstrução das comunidades, etc.  
Estamos falando de uma empresa que fatura, anualmente, quase R$ 8 bilhões e tem lucro de outros quase R$ 3 bilhões ao ano e que alega dificuldades para arcar com os prejuízos causados em toda a região atingida. Ao mesmo tempo, essa mesma empresa desembolsa uma bolada em uma campanha publicitária de grande porte e em horário nobre.
O Ministério Público Federal, em Minas Gerais (MPF-MG), já está cobrando explicações da empresa sobre os valores da campanha exibida em diversos veículos de comunicação. Ao mesmo tempo, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abriu um processo para investigar a veracidade das informações das propagandas, uma vez que a instituição recebeu diversas reclamações questionando as informações contidas na propaganda.
A peça publicitária apresenta funcionários da Samarco falando sobre a responsabilidade social da empresa e providências tomadas na região. O cinismo da empresa é tão gigantesco quanto o resultado do desastre.