Mesmo diante da epidemia de dengue que a região enfrentou no ano passado, com mais de 4 mil casos registrados, 2016 já começou com algumas situações de risco para a proliferação do Aedes aegypti em Mogi das Cruzes. Os moradores do Jardim Alvorada denunciam as condições de uma construção inacabada que foi abandonada na rua Projetada D, onde uma piscina está acumulando água parada e suja. O local ainda pode ser palco de afogamentos, já que o imóvel fica aberto para quem quiser entrar.
Por ser período de férias escolares, segundo os moradores da região, muitas crianças utilizam o espaço no entorno para brincar, correndo o risco de cair na água suja que está acumulada na piscina. "Além da possibilidade de afogamento, antes das chuvas dava para ver a quantidade de larvas de mosquito que juntava no fundo. Agora não conseguimos mais", contou o caminhoneiro Rubens Mazzario, de 45 anos. "Alguns moradores já fizeram queixas para a prefeitura, mas a situação não mudou". Ele ainda alertou para a proliferação de doenças, como a dengue. "O dono do imóvel aparece de vez em quando, mas só vem olhar e vai embora", afirmou o caminhoneiro.
A comerciante Elisângela Campos, 38, contou que a prefeitura foi contatada por diversas vezes pela população, mas só apareceu no local após quase cinco meses de reclamações. "Faz um mês que enviaram uma equipe aqui, jogaram um produto na água da piscina e não voltaram mais. O problema é que já choveu muito desde a última vez que vieram e a água já subiu bastante", disse.
Mogi é o segundo município com o maior números de casos de dengue no Alto Tietê, com 878 confirmações em 2015. Por isso, Elisângela ainda lembrou das diversas campanhas que foram realizadas na cidade para combater o Aedes aegypti. "Essa doença pode matar e estamos vivendo uma situação de risco sendo vizinhos dessa construção abandonada". A comerciante ainda mostrou que, além da piscina, a obra tem uma caixa de esgoto na calçada que também acumula água.
Segurança
Alguns moradores que não terão as identidades reveladas alertaram para os casos de violência na rua Projetada D, no Jardim Alvorada. A comunidade afirma que a construção virou ponto de encontro de usuários de drogas. "Também estão acontecendo muitos assaltos por aqui por conta disso. Temos medo de sair de casa", contou um morador que não quis se identificar.
A Prefeitura de Mogi deverá se manifestar amanhã sobre as ações que serão tomadas para evitar que água continue sendo um possível foco do mosquito da dengue dentro da construção.