O reajuste na passagem de ônibus municipal gerou indignação nos usuários do transporte público de Mogi das Cruzes. Os passageiros afirmam que o valor é alto e que o serviço tem vários problemas, como atraso e lotação.
A partir de amanhã, a passagem no município subirá de R$ 3,50 para R$ 3,80,
um reajuste de 8,57%. O aumento foi decidido ontem, durante uma reunião realizada pelo Conselho Municipal de Transportes. As duas concessionárias que atuam na cidade, CS Brasil e Princesa, haviam solicitado um aumento de 20,86% e 19,43%, respectivamente.
Opiniões
A diarista Doralice Pereira, de 50 anos, utiliza os ônibus municipais todos os dias para chegar ao trabalho.
Com serviços espalhados por vários pontos do município, ela conhece de perto a realidade de diversas linhas  e gasta boa parte do orçamento pagando as tarifas.
"Pego a linha do Botujuru, Jardim Lair, Santa Tereza e César de Souza. O que percebo é falta de educação dos motoristas. Gasto cerca de R$ 300 todos os meses com as passagens. Acho que se aumentarem a tarifa tem que melhorar a qualidade do serviço, pois hoje está péssimo", avaliou.
A enfermeira Luiza Catalani, 48, reclamou da lotação e do atraso. "Se levarmos em conta que a passagem de ônibus consome um terço do salário mínimo, mesmo com o aumento para R$ 880, é muita coisa. A situação é precária e não colocam mais ônibus para circular. A linha que pego para o hospital Doutor Arnaldo Pezzuti Cavalcanti vem lotada pela manhã. A intregação também deveria ser ampliada, pois muitas vezes em duas horas não conseguimos pegar outro ônibus. Esse benefício só funciona para a região central", ressaltou a enfermeira.
O tradutor técnico Leonardo Rodrigues, 21, afirmou que o serviço municipal de transportes precisa de muitas melhorias. "Existe o argumento da inflação, que aumentou mais que o normal, e que as empresas precisam repor as perdas, no entanto, muita precisa haver uma contrapartida para a população", acrescentou o tradutor.
O porteiro Galdino Mariano, 57, disse que utiliza o transporte municipal com frequência. "Tudo está subindo, mas nosso salário não muda em nada. O valor pago é muito alto quando comparado com o serviço prestado, pois os ônibus vivem quebrando e atrasam muito", criticou o porteiro.