A indústria de transformação do Alto Tietê encerrou 2015 com uma retração de 10,06% no nível de emprego, o que corresponde ao fechamento de aproximadamente sete mil postos de trabalho no período entre janeiro e dezembro. O desempenho regional é pior do que o registrado na Grande São Paulo (-9,99%) e no Estado (-9,26%), como mostra a pesquisa do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), divulgada ontem. Os resultados colocam 2015 como o pior ano para a indústria regional.
As demissões aumentaram 250% frente ao registrado em 2014 (duas mil), que já tinha sido um ano ruim para o setor. Só no último mês, o nível de emprego industrial no Alto Tietê (Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis e Suzano) retraiu 1,75%, o que significou a queda de cerca de 1.100 postos de trabalho - a 20ª colocação no ranking das 35 regiões industriais paulistas. Em dezembro, as principais variações negativas foram registradas nos setores de Máquinas e Equipamentos (-3,30%); Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (-2,39%); Veículos Automotores e Autopeças (-1,88%); e Celulose, Papel e Produtos de Papel (-1,47%).
"Os dados registrados ao longo do ano, especialmente no segundo semestre, já indicavam que o resultado do ano seria esse mesmo: totalmente desfavorável para a indústria de transformação e muito ruim para o trabalhador do Alto Tietê. Entre as mais de duas mil indústrias que temos instaladas na região, a maioria tem enfrentado sérias dificuldades para sobreviver. Escapa apenas uma ou outra que, em função do que é produzido e do mercado atendido, tem mantido suas atividades dentro de um patamar próximo da normalidade", avalia José Francisco Caseiro, diretor do Ciesp Alto Tietê. "Não se trata de um cenário apenas do Alto Tietê. O nível de emprego ficou negativo nas 35 regiões industriais do estado em 2015", acrescenta.
O prognóstico do Ciesp para o emprego industrial em 2016 indica a ausência de um processo de recuperação e mais perdas de postos de trabalho. A projeção é de uma queda de 6% do emprego na indústria neste ano. Mesmo que a desvalorização do real frente ao dólar possa amenizar o quadro para alguns setores, a queda na demanda doméstica não contribui para uma recuperação em 2016.