A destinação incorreta de esgoto por parte do Hospital Doutor Arnaldo Pezzuti Cavalcanti tem contaminado plantações de hortaliças e trazido prejuízos aos agricultores da Chácara Conjunto Santo Ângelo, em Jundiapeba. Em razão dessa e de outras irregularidades sanções administrativas estão sendo estudadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
De acordo com a companhia, após o recebimento de reclamações foi realizada uma inspeção no local e houve a constatação de que o esgoto tratado pela Estação de Tratamento do Hospital (ETE) do hospital é encaminhado por tubulação a poços de visita e, posteriormente, os dejetos são lançados em uma área com a presença de vegetação. Somente em seguida, após percurso a céu aberto, chega ao córrego.
É justamente neste trajeto que o esgoto acaba contaminando as plantações, segundo a agricultora Josiane Araújo dos Santos, de 40 anos, autora de uma das denúncias na Cetesb. "Antes o esgoto ficava nos reservatórios e eram enviados para a Sabesp com a ajuda de caminhões. Mas, agora, os reservatórios estão secos, porque o esgoto está sendo jogado na chácara", disse.
Segundo ela, a ação gerou um prejuízo de cerca de R$ 10 mil. "Isso ocorreu em junho. Nós denunciamos e eles pararam, mas voltaram a fazer. Desta vez, perdi cerca de quatro ou cinco caminhões de verdura. Não dá para eu vender um produto que foi contaminado pelo esgoto. E agora, quem arcará com esse meu prejuízo?", questionou.
Em nota, a Cetesb informou que o hospital "apresenta áreas e instalação que não possuem o licenciamento da Companhia". Além disso, destacou que a operação da ETE foi aprovada, baseado nos laudos que o hospital apresentou comprovando a eficiência da estação e comprometendo-se a monitorar os resíduos do esgoto numa periodicidade mensal". A companhia informou ainda que o "Dr° Arnaldo" alegou que necessitava iniciar o lançamento dos efluentes tratados junto ao corpo d'água, visto que estava reservando e encaminhando para destinação final, por meio de empresa terceirizada, onerando mensalmente e de forma substancial as finanças".
Por fim, a Cetesb ressaltou que punições estão sendo estudadas. "Face ao não direcionamento direto dos efluentes tratados ao corpo d'água e a operação de áreas e instalação sem o devido licenciamento da Cetesb, as sanções administrativas a serem aplicadas ao hospital encontram-se em análise, conforme a legislação ambiental vigente", concluiu.
A direção do Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti afirmou que "tanto a construção, quanto a implantação da estação de tratamento de esgoto da unidade estão de acordo com os protocolos estabelecidos pela Cetesb que, inclusive, aprovou todo o projeto".