A última sessão do ano da Câmara Municipal foi longa, contou com 17 projetos para votação e foi marcada por muita confusão e discussões. Dois projetos de lei, um que concede o uso de área para a Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) e o outro que prevê a doação com encargos de terreno para o Sebrae, estavam no centro do debate. Ambas propostas entraram por inclusão na ordem do dia, depois de uma reunião de 20 minutos a portas fechadas no Plenarinho. Os vereadores questionaram o curto prazo destinado pela Prefeitura de Mogi para a análise das propostas e criticaram a "votação relâmpago".
A inauguração da TV Câmara teve impacto imediato no tempo destinado para o discurso dos vereadores. Pelos 17 projetos em pauta, a sessão já se estenderia, porém, parte dos vereadores fez questão de discursar e aparecer por alguns minutos na tela da tevê.
A ordem do dia já estava repleta de projetos para serem votados, eram 13, mas entraram outros quatro por inclusão, entre eles os da entrega das áreas para a ACMC e o Sebrae construírem suas novas sedes em terrenos localizado entre as avenidas Cívica e a Yoshiteru Onishi, no Mogilar.
A inclusão das doações ocorreu depois de uma reunião fechada entre os parlamentares.
Parte deles ficou contrariada em votar as propostas alegando que não houve tempo para analisá-las com atenção.
Caio Cunha (PV) e Iduigues Martins (PT) se posicionaram mais fortemente contra a votação.
Cunha chegou a pedir o adiamento da votação para 2016, no entanto, a solicitação não foi aceita. Houve confusão na contagem dos votos, que foi refeita a pedido do verde. Os demais parlamentares argumentaram que as propostas tinham que ser aprovadas na sessão de ontem, pois a lei eleitoral proíbe a doação de área em ano eleitoral.
Cunha e Martins reclamaram que essa não é a primeira vez que projetos da Prefeitura chegam para análise no fim ano, próximo do recesso. "É preciso aprofundar mais a discussão, pois são mais de 2,5 mil metros quadrados que serão doados. Precisamos votar contra este projeto enviado no apagar das luzes do ano legislativo", destacou o petista.
Os vereadores que votaram favoráveis às propostas afirmaram que se a elas não fossem aprovadas, tanto a ACMC quanto o Sebrae seriam prejudicados.
"Se não fosse o Juliano Abe (PSD) (presidente da Comissão de Justiça e Redação) e o departamento jurídico da Câmara, vários projetos da Prefeitura chegariam ao plenário com vários problemas.
O projeto de lei que falava dos precatórios, por exemplo, veio com o número de lei errado. Precisamos destacar que mais uma vez por lealdade ao prefeito estamos fazendo o sacrifício de votar esses projetos de entrega das áreas", disse Mauro Araújo (PMDB).