O nível de empregos na indústria do Alto Tietê fechou no vermelho pelo décimo mês consecutivo. Depois de confirmados os dados de novembro, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) informou que, no acumulado do ano, são 5,95 mil postos de trabalhos extintos nas oito cidades que compõem a diretoria regional, com exceção de Santa Isabel e Arujá, que pertencem à regional de Guarulhos.
De novembro de 2014 a novembro de 2015 a quantidade de demissões chega a seis mil.
Com base somente no mês passado, o Ciesp informou que foram, aproximadamente, 1,2 mil vagas perdidas, o pior novembro desde 2005. "Não há mais qualquer esperança de recuperação para 2015. Foi um ano perdido para a indústria do Alto Tietê, que deve encerrar o período como o pior da história. Serão cerca de 10 mil trabalhadores a menos. Estamos acumulando perdas em cima de perdas e as demissões são inevitáveis", explicou o diretor do Ciesp regional, José Francisco Caseiro.
Para o dirigente, o jeito é focar no ano que vem, para tentar recuperar a indústria local.
"O foco, agora, é tentar sobreviver e esperar que a partir do segundo semestre de 2016 venha algum indicativo de retomada, o que vai depender também de um desfecho para essa crise política, que afeta ainda mais a economia nacional".
Segundo o boletim mensal do Ciesp, os principais vilões para desemprego no setor foram os produtos têxteis, queda de 9,10%; celulose e papel (-2,40%); produtos de metal, exceto máquinas e equipamento (-1,61%) e produtos de minerais não-metálicos (-1,61%).
Em todo o estado de São Paulo, o cenário parece ser ainda mais preocupante. Somente em novembro foram pouco mais de 19 mil demissões, e apenas 37 contratações. Numa projeção para todo o ano, o Ciesp acredita que 2015 deve fechar entre 220 e 230 mil vagas perdidas